Rivaldo foi um dos jogadores de futebol de maior expressão durante os anos 1990 e 2000. Seu talento dentro de campo contrastava com sua timidez fora das quatro linhas, e a vida e rotina do atleta sempre foram mantidas de forma privada. Agora, aposentado, ele tem se arriscado a expor seus pensamentos, como seu apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e detalhes de sua conversão.
O ex-jogador, eleito o Melhor do Mundo em 1999 e campeão com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo em 2002, contou detalhes de sua decisão em “se entregar a Deus” em 2004 numa entrevista ao jornal argentino Clarín.
“Eu não era crente. Mas em 2004 me aconteceu algo impressionante”, disse o ex-jogador. “Eu tinha deixado o Cruzeiro e estava sem jogar. Nesse tempo comecei a escutar uma voz que me dizia que ia morrer em um acidente de trânsito. Escutava a voz a todo momento e muito clara. Depois outra voz me dizia que se eu acreditasse em Deus não ia morrer. O mais estranho é que me dava muita vontade de dirigir. Então eu dava qualquer desculpa para sair de carro”, revelou.
Na entrevista, Rivaldo afirmou que essas vozes que o perturbavam se tornaram frequentes, o que o levou a desenvolver um medo real de morrer. Certo dia, em uma viagem à cidade de Mogi Mirim – onde ele surgiu para o futebol – a experiência foi tão intensa que ele deixou de resistir e entregou sua vida a Jesus.
“Um dia não podia mais. Fui só a Mogi Mirim, a 160 km de São Paulo. E toda a viagem estava essa voz, cada vez mais forte. Tinha a sensação de que esse dia ia acontecer algo. E me lembrava de alguns conhecidos que morreram em acidentes de trânsito. Meu próprio pai morreu em um acidente. Voltei com muito medo, passava longe dos caminhões. Quando cheguei em minha casa, saí do elevador e comecei a chorar como uma criança. Nesse dia decidi entregar minha vida a Deus. E nunca mais escutei essas vozes”, relembrou.
Convicção
O ex-jogador, que passou por clubes como Corinthians, Palmeiras, Barcelona, Milan e São Paulo, não se escondeu das perguntas feitas pelo jornal argentino a respeito de suas manifestações de apoio ao então candidato Jair Bolsonaro, que foi eleito presidente da República no último dia 28 de outubro.
O jornalista questionou se Rivaldo havia decidido apoiar o capitão do Exército por conta da questão religiosa, e o pentacampeão explicou: “Acredito que o Brasil precisa de uma pessoa forte. Não é fácil viver no Brasil, há muita violência. E ele é um homem que tem demonstrado que quer mudar as coisas, e todas as igrejas estão apoiando ele”, contextualizou.
Sobre as críticas feitas ao presidente eleito, Rivaldo fez questão de destacar que não se pode fazer conclusões precipitadas: “É preciso esperar. São quatro anos e se ele vai mal, chegará outro para substituir. O Brasil precisa de um presidente, não alguém que ensine valores porque essas coisas se aprendem com a família. Ele é uma pessoa de Deus e se fizer algum mal, sabe da responsabilidade que tem. A Deus não se pode enganar”.