O ex-presidente Lula (PT) continua articulando politicamente para tentar salvar o mandato de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), mesmo sem poder tomar posse como ministro-chefe da Casa Civil, e uma das cartas que dispõe na manga é a provável candidatura do bispo Marcelo Crivella, senador pelo PRB, à prefeitura do Rio de Janeiro.
Recentemente, informações de que Dilma estaria tentando se reaproximar do PRB vazaram na imprensa, e que inclusive a mandatária teria telefonado ao bispo Edir Macedo para pedir sua interferência na decisão do partido de sair da base aliada, mas a missão teria sido infrutífera.
“Lula tem trabalhado para que, se o PMDB do Rio de Janeiro não votar a favor de Dilma no impeachment, o PT da capital desembarque da campanha de Pedro Paulo Carvalho e entre com tudo na de Marcelo Crivella”, informou o jornalista Guilherme Amado, colunista de O Globo.
Pedro Paulo (PMDB) tem apoio do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e precisa de forte apoio político para vencer a imagem negativa que a população formou dele nos escândalos de agressão à ex-mulher.
Já pelo lado de Crivella, o bispo-licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus parece estar investindo pesado na candidatura à prefeitura, tendo cogitado até a mudança de partido. Na negociação, inconclusa, ele migraria para o PSB e receberia apoio de Romário, seu colega de Senado. Ao final, porém, Crivella resolveu permanecer no PRB e disputar as próximas eleições.
Sobre o impeachment, Crivella não tem postura clara, e nos bastidores da política ele estaria trabalhando para barrar o processo de cassação de Dilma, de quem já foi ministro, seguindo caminho oposto ao adotado pelo seu partido.