O inquérito realizado pela Polícia Civil de São Paulo para investigar as acusações de Patrícia Lélis ao ex-chefe de gabinete do pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Talma Bauer, foi pedido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para decidir se pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para investigar as acusações de estupro feitas pela estudante.
Janot quer avaliar os inquéritos oriundos dos Boletins de Ocorrência (B. O.) que a jovem fez em São Paulo e Brasília, antes de ir ao STF solicitar a autorização de investigação. No caso investigado pela polícia paulista, Patrícia Lélis foi indiciada por extorsão e denunciação caluniosa.
A informação sobre a postura de Janot foi revelada pelo jornalista Leandro Mazzini, do portal Uol, após o procurador-geral se encontrar com a deputada Érika Kokay (PT-DF). A petista foi a líder do grupo de 22 deputadas que entregou ofício à Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo que as acusações contra Feliciano fossem investigadas.
“Segundo Érika Kokay, Janot afirmou que devido ao fato de Feliciano ter foro privilegiado todos os processos relativos ao caso deverão ser encaminhados à PGR, quem, de fato, é responsável por investigar parlamentares. A representação solicitando investigação à PGR foi feita pelas deputadas petistas Erika Kokay, Ana Perugini, Margarida Salomão e Luizianne Lins e endossada por outras parlamentares”, sublinhou Mazzini.
De concreto, até agora, existe o inquérito realizado em São Paulo, que indiciou a estudante, além da exoneração de Talma Bauer da função de chefe de gabinete de Feliciano. Sem a realização de um B. O. no dia do suposto crime de agressão e estupro, Patrícia Lélis não pôde fazer um exame de corpo de delito para comprovar suas alegações.
Além disso, imagens do dia e horário em que a estudante afirma ter acontecido o crime, mostram o pastor chegando ao prédio do Ministério do Trabalho para uma reunião. Posteriormente, Feliciano foi a uma reunião no Palácio do Planalto, com o presidente Michel Temer (PMDB), e esteve presente nas sessões da Câmara dos Deputados.
Por último, nos registros de entrada no prédio onde está o apartamento funcional de Feliciano, não há o nome da estudante. As imagens de segurança do local, que são armazenadas por um tempo pré-determinado, já foram apagadas.