A Netflix fechou um acordo na Justiça com um grupo satanista e evitar uma condenação de US$ 50 milhões após usar uma estátua com cabeça de bode similar à criada pelos adoradores de satanás nos Estados Unidos.
O imbróglio começou logo após a estreia da série Sabrina, desenvolvida pela Netflix em parceria com a Warner Bros Entertainment. Os fundadores do grupo Templo Satânico acionaram a Justiça no dia 08 de novembro pedindo indenização, já que a estátua que aparece na série é bastante similar à criada pelos satanistas.
De acordo com informações do portal Christian Today, o acordo foi amigável e resolve o processo, mas os termos e valores envolvidos não foram divulgados. Advogados do Templo Satânico não responderam aos pedidos de entrevista. Já a Netflix decidiu se manter em silêncio, deixando as declarações sobre o caso com a Warner Bros, que é detentora dos direitos da série, transmitida originalmente nos anos 1990 como um programa de humor.
O Templo Satânico, que é baseado em Salem, Massachusetts e também conhecido como a Federação Unida de Igrejas LLC, e descreve-se como “um promotor de benevolência e empatia entre pessoas que rejeitam a autoridade tirânica”.
Antes da definição do caso na Justiça, o fundador do Templo Satâncio, Lucien Greaves, usou as redes sociais para comparar a estátua de seu grupo com a usada na série, reforçando a acusação de uso ilegal da peça.
A alegação dos satanistas é que a série Sabrina se apropriava indevidamente de sua estátua, chamada “Baphomet com Crianças”, e a apresentava de uma maneira que sugeria a peça como representação do mal, o que seria prejudicial à reputação da seita satânica.
Greaves escreveu em seu blog que muitas pessoas apoiaram sua reivindicação de direitos autorais, mas também houve críticas: “Surpreendentemente, para mim, no entanto, havia também um grande número de pessoas que nos inundaram com mensagens de ódio”, afirmou, com certo grau de cinismo.
Greaves – que encabeça uma luta para que o satanismo seja reconhecido como religião nos Estados Unidos – revelou que a maioria das críticas dizia que ele estava tentando “arruinar” um programa que “apenas tenta trazer diversão ao mundo”, e complementou: “Assim termina uma das reivindicações de direitos autorais mais publicizadas. A imprensa agora pode parar de fingir que isso era único e importante, ou até mesmo interessante. Assim, também, esperamos que termine o desfile de estupidez de especialistas jurídicos amadores online“.
For purposes of comparison… pic.twitter.com/AZJvmq1Cks
— Lucien Greaves (@LucienGreaves) 30 de outubro de 2018
Sabrina
A versão desenvolvida para a Netflix se difere de forma conceitual da atração levada ao ar nos anos 1990. A série original, desenvolvida a partir de histórias em quadrinhos, tinha como característica o humor, mostrando a rotina da “aprendiz de feiticeira” cercada de trapalhadas.
A atual adota o gênero “terror sobrenatural” e já foi acusada, dentre outras coisas, de promover o ocultismo. No entanto, toda a polêmica serviu apenas para motivar a audiência, e a empresa de streaming já anunciou a segunda temporada da série, sem revelar detalhes da trama.