A situação dos cristãos em Mianmar em um alto grau de adversidade, visto que o grupo militar que tomou o poder no país vem usando o poder e as armas para persegui-los. Agora, um seminário batista no estado de Shan foi bombardeado, deixando pelo menos 4 feridos.
O exército, conhecido no país como Tatmadaw, bombardeou o Seminário Teológico na área de Kutkai, no estado de Shan, na última quinta-feira, 03 de novembro. Quatro homens, com idades entre 21 e 27 anos, foram atingidos por estilhaços e sofreram ferimentos enquanto estavam no dormitório da escola fundada pela Convenção Batista Kachin.
As vítimas não correm risco de morte, de acordo com informações da entidade de monitoramento da perseguição religiosa International Christian Concern (ICC).
Anteriormente conhecido como Birmânia, Mianmar é um país no Sudeste Asiático e enfrenta a mais longa Guerra Civil do mundo, que começou em 1948. O conflito entre o Tatmadaw e as milícias de minorias étnicas aumentou após o golpe militar de fevereiro de 2021, pois as milícias étnicas têm apoiado manifestantes pró-democracia.
As zonas de conflito estão ao longo das fronteiras de Mianmar com a Índia, Tailândia e China, de acordo com informações do portal The Christian Post. Um vídeo postado nas redes sociais mostrou os danos causados pelo bombardeio.
Buracos e amassados visíveis podiam ser vistos nas janelas, paredes e roupas dos alunos. Outro vídeo mostrou um estudante ferido sendo levado para o hospital. Um morador declarou que esse tipo de ataque deve ser visto como uma tentativa de extermínio da nação Kachin, uma minoria étnica.
Os cristãos representam pouco mais de 7% da nação majoritariamente budista, mas são maioria no estado de Chin, que faz fronteira com a Índia, e no estado de Kachin, que faz fronteira com a China.
Os cristãos também compõem uma parte substancial da população do estado de Kayah, que faz fronteira com a Tailândia. Meses atrás, o Tatmadaw instalou minas terrestres em volta de um templo no estado de Shan para impedir que cristãos se reunissem no local.
“O ataque contra esta escola bíblica em Kachin certamente não foi um acidente. Em vez disso, o Tatmadaw alvejou deliberadamente uma instalação cristã, sabendo o quão importante é a fé para o povo Kachin. Este regime de junta desprezível não deve ser mais tolerado pela comunidade internacional e precisa ser removido imediatamente”, declarou Gina Goh, gerente regional da ICC para o Sudeste Asiático.
O bombardeio do seminário batista ocorre após um ataque no dia 23 de outubro, quando pelo menos 80 pessoas, incluindo importantes músicos kachin, foram mortos no bombardeio aéreo feito pela ditadura durante um show no município de Hpaknat, no estado de Kachin.
A tragédia levou muitas pessoas a “apagar sua foto de perfil no Facebook para mostrar tristeza pelas vítimas e solidariedade com o povo étnico Kachin”.