O Estado Islâmico é definido como uma organização terrorista pela comunidade internacional, e um dos grupos mais afetados por suas ações, independentemente da nacionalidade, são os cristãos. Os atos bárbaros praticados pelos extremistas muçulmanos têm implicações diversas, e na sociedade, a opinião de que há necessidade de enfrenta-los é quase unânime.
No entanto, a Missão Portas Abertas destacou um ponto de vista pouco abordado na imprensa internacional no que diz respeito ao enfrentamento dos terroristas: as previsíveis retaliações do grupo devem afetar, essencialmente, o trabalho e rotina de cristãos em diversos países onde o grupo atua.
Para a Portas Abertas, os bombardeios liderados pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico têm como objetivo, único e exclusivo, defender interesses econômicos. O argumento é construído apontando três fatos recentes: o acordo nuclear com o Irã, que teria como objetivo ganhar mais um aliado contra esse grupo terrorista; a pressão dos norte-americanos para que a Ucrânia discuta uma nova Constituição, o que acalmaria as relações com a Rússia; e a tentativa de usar uma base aérea na Turquia para facilitar o ataque aos terroristas, o que foi recusado pelos turcos inicialmente.
De acordo com analistas da Portas Abertas, todas as três ações têm como objetivo isolar o Estado Islâmico e enfrenta-lo. No caso que envolve a Rússia, a ideia seria evitar que o país questionasse as ações no Conselho de Segurança Internacional.
“O que mais preocupa sobre as estratégias mencionadas dos EUA, é que os princípios democráticos ou de liberdade de religião não são, obviamente, um fator determinante. A batalha dos EUA contra o EI não é espiritual, é apenas uma luta para defender os interesses econômicos. E os problemas dos cristãos, nos respectivos países, podem ter seus efeitos colaterais”, alertou a Portas Abertas.
Um indício que reforça o olhar do grupo missionário é a postura dos Estados Unidos frente ao trabalho de resgate de cristãos patrocinado pelo bilionário judeu George Weidenfeld, 95 anos. Sua ONG tem ajudado famílias cristãs a escapar de áreas em que o Estado Islâmico atua, e o governo norte-americano se recusou a endossar porque o trabalho de Weidenfeld não inclui famílias muçulmanas.