O surgimento de líderes evangélicos com o uso do título de “apóstolos” foi tema de um artigo do teólogo Ruy Marinho, colunista do Gospel+.
Em “Porque eu não creio em apóstolos contemporâneos”, Marinho afirma que não considera os líderes que utilizam esse título como verdadeiros apóstolos porque em seu entendimento, as doutrinas praticadas por eles não condizem com o evangelho.
-Muitos deles chegam a declarar novas revelações extrabíblicas, curas e milagres extraordinários, liberando palavras proféticas e unções especiais, vindas diretamente do “trono de Deus” para a Igreja. Seus seguidores constantemente ouvem o termo “decretos apostólicos”, dos quais afirmam que uma vez proclamados por um apóstolo, há de se cumprir fielmente a palavra profética, pois o apóstolo é a autoridade máxima da igreja, constituído diretamente por Deus com uma unção especial diferenciada dos demais membros – enumera Marinho.
O teólogo abre possibilidades para o movimento e afirma que “ou o ministério apostólico contemporâneo é uma realidade na Igreja nos últimos dias, ou estamos diante de uma grande distorção bíblica, na qual precisa ser rejeitada e combatida urgentemente”.
De acordo com o artigo de Ruy Marinho, “Paulo foi o último apóstolo comissionado por Jesus (At 9:1-6)”, e com base nesse versículo, afirma que “posteriormente, não encontramos base bíblica para afirmar que exista uma sucessão ou restauração ministerial de apóstolos. Todas as tentativas para justificar uma suposta restauração do ofício apostólico nos dias de hoje, partiram de interpretações alegóricas, isoladas e equivocadas de textos bíblicos”, argumenta.
Ruy Marinho menciona ainda a associação que fiéis podem fazer entre os líderes atuais que utilizam o título de apóstolo, e os 12 que foram designados pelo próprio Jesus durante seu ministério.
-Outro grande problema que encontramos no título de apóstolo nos dias de hoje é que, automaticamente as pessoas associam o termo aos 12 apóstolos de Jesus. Quem lê o Novo Testamento, identifica a grande autoridade atribuída ao ofício de apóstolo e consequentemente esta autoridade será ligada aos contemporâneos. Quem reivindica o título de apóstolo, biblicamente está tomando para si os mesmos ofícios dos apóstolos comissionados por Jesus, colocando as próprias palavras proferidas ou escritas em pé de igualdade e autoridade dos autores do Novo Testamento.
O teólogo frisa também as doutrinas e liturgias implantadas pelos “apóstolos contemporâneos” como fatos que implicam em descrédito a esses líderes: “Não podemos deixar de citar o festival de misticismo antibíblico praticado por muitos apóstolos contemporâneos, tais como: atos proféticos, novas unções, revelações extrabíblicas, maniqueísmo, manipulação e coronelização da fé através do conceito ‘não toqueis nos ungidos’, judaização do evangelho etc.”.
Confira a íntegra do artigo “Porque eu não creio em apóstolos contemporâneos”, do teólogo Ruy Marinho, neste link.
Redação Gospel+