O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos tomou uma polêmica decisão no dia 13 desse mês, classificando a atitude de uma feminista como “liberdade de expressão”. A mulher, hoje com 39 anos, entrou numa igreja católica, na França, e simulou no altar do templo o aborto de Jesus Cristo realizado pela virgem Maria.
O episódio ocorreu em 2013, e foi realizado pela ex-integrante do grupo feminista Femen, Eloïse Bouton. Ela entrou na igreja de La Madeleine em dezembro daquele ano, justamente quando as igrejas cristãs comemoram o nascimento de Jesus, no Natal.
A feminista estava nua e exibindo símbolos pró-aborto. Além de simular que Maria poderia ter abortado o Messias, ela também urinou no altar do templo. “O Natal está cancelado!”, postou o Femen em suas redes sociais, na época. “A santa mãe Eloïse acaba de abortar o embrião de Jesus no altar da Madeleine”, destacou o grupo.
‘Liberdade de expressão’
A Igreja de Madeleine entrou com uma representação contra Bouton e um tribunal francês condenou a feminista por “exibição sexual” no templo. Ela foi condenada a um mês de prisão e a pagar uma indenização de 2 mil euros.
Contudo, anos depois, agora em outubro de 2022, a Corte Europeia de Direitos Humanos argumentou que a França violou o seu artigo 10, o qual trata sobre liberdade de expressão, alegando que Bouton teria feito um simples protesto justificado em sua visão.
“A recorrente considera que, longe de ser gratuitamente ofensivo ou procurar incomodar os presentes na igreja na prática do seu culto, a sua ação fez parte de um debate público sobre o lugar da mulher na sociedade e teve como objetivo transmitir uma mensagem sobre a posição da Igreja Católica em relação ao aborto”, disse o Tribunal.
Para régor Puppinck, diretor do Centro Europeu de Direito e Justiça, o tratamento da Corte Europeia tem sido recorrente quando se trata de “protesto” contra os ensinamentos cristãos.
“Está se tornando um hábito na CEDH defender esses ataques nas igrejas e contra a Igreja”, disse ele, segundo informações do Christian Post. Aqui no Brasil, recentemente do Supremo Tribunal Federal também tomou uma decisão semelhante, neste caso referindo-se a um ato supostamente contra o racismo numa igreja de Curitiba. Confira:
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