Jerusalém será reconhecida, formalmente, pelo governo norte-americano como a capital de Israel. A decisão é mais um passo em direção a cumprir uma promessa feita em campanha pelo presidente Donald Trump.
Na última terça-feira, 05 de dezembro, Trump ligou pessoalmente para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a fim de informá-lo que o anúncio oficial será feito em breve. Fontes do governo disseram à mídia internacional que é possível que o presidente dos EUA comunique a comunidade internacional nesta quarta-feira.
Além de Netanyahu, Trump ligou para o presidente da França, Emmanuel Macron, assim como para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e com o rei da Jordânia, Abdullah II. A notícia não foi bem recebida pelos líderes árabes, que repudiaram publicamente a decisão dos Estados Unidos e disseram que a notícia poria fim ao processo de pacificação da região.
Na prática, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel já foi feito pelos Estados Unidos em 1995, quando o Congresso aprovou a mudança da embaixada norte-americana para a cidade. Desde então, nenhum presidente pôs em prática a medida, mas Donald Trump assumiu esse compromisso durante a campanha.
A polêmica se situa no fato de que, apesar de Israel considerar Jerusalém sua capital, a cidade de Tel-Aviv é que concentra as embaixadas dos demais países e as sedes dos principais órgãos públicos israelenses.
O lado oeste de Jerusalém é um território exclusivo de Israel desde que o país foi criado em 1948, mas a parte leste, onde a população é predominantemente árabe, é alvo de disputa, pois em 1967, na chamada “guerra dos seis dias”, Israel conquistou esse território. Agora, os palestinos querem estabelecer nessa parte da cidade a capital do país que planejam fundar, com apoio da ONU.
Segundo o jornalista Helio Gurovitz, do G1, “no final do governo de Bill Clinton, o então premiê Ehud Barak aceitou conceder aos palestinos soberania sobre Jerusalém Oriental, mas a negociação foi abortada pela recusa do então líder palestino, Iasser Arafat”. Esse capítulo das negociações evidencia que não há disposição para um diálogo por parte dos árabes em relação à cidade.
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A iniciativa de Trump em reconhecer Jerusalém como capital de Israel foi condenada em termos duros pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan: “Jerusalém é uma linha vermelha para os muçulmanos”, disse ele, que ameaçou cortar relações diplomáticas com os Estados Unidos.