O presidente Recep Tayyip Erdogan vem trabalhando com o propósito de tornar a Turquia uma espécie de líder islâmico global, e recentemente convocou os seguidores do islamismo a se unirem em guerra ao Ocidente. O político extremista também fez declarações agressivas contra Israel.
Erdogan discursou durante reunião da Organização de Cooperação Islâmica fazendo críticas à postura de Israel no conflito com terroristas palestinos e pediu que os muçulmanos se mobilizem em união para combater o que chamou de “conspirações” do Ocidente contra os países islâmicos.
De acordo com informações do portal Jerusalem Post, Erdogan considera-se “voz solitária” em defesa dos palestinos, já que seu governo mantém estreita relação com o grupo terrorista Hamas, além de ter cedido abrigo a um líder da organização chamado Saleh Arouri, que é acusado de participação em sequestro, assassinato e outras ações de terrorismo. Além deste, outros terroristas são abrigados pela Turquia, como Ismail Haniyeh e Moussa Abu Marzouk, por exemplo.
O presidente turco disse que Israel está piorando a “situação em Jerusalém e na Palestina” todos os dias por não reconhecer os grupos extremistas como representantes do povo palestino.
“Nunca pararemos de defender os direitos dos palestinos e de solidariedade com todos os oprimidos”, disse, numa tentativa de comover os demais países muçulmanos a seguirem sua liderança.
Atualmente, a Turquia vem realizando uma campanha militar para ocupação do norte da Síria, após o desmantelamento do Estado Islâmico. Essa invasão já levou mais de 150 mil pessoas a fugirem de Afrin somente em 2018, e outras 200 mil a fugirem de áreas próximas a Tel Abyad nos últimos meses.
Pelo discurso de Erdogan, essas pessoas que têm sido obrigadas a fugirem de suas cidades não são oprimidas. O presidente da Turquia afirmou que o país quer “proteger melhor crianças, mulheres, idosos e deficientes contra ameaças ocidentais”, disparando um gatilho para justificar a mobilização muçulmana contra países europeus, Estados Unidos e aliados.
Neste trecho de seu discurso, o político afirmou que é preciso defender “nossa estrutura familiar” da influência ocidental, já que os muçulmanos formam 25% da população mundial e deve agir para expandir suas “proezas culturais” e a civilização islâmica a “seu lugar de direito”
Erdogan repetiu, com eufemismos, um discurso adotado pelo Estado Islâmico em anos anteriores, quando estipulou que uma “guerra total” a cristãos, judeus, hindus e até ateus deveria ser colocada em marcha. A justificativa também era a imposição do estilo de vida islâmico.
“Irmãos muçulmanos na Europa que não podem alcançar as terras do Estado islâmico, ataquem [os infiéis] em suas casas, mercados, estradas e fóruns… Façam isso e então alcançarão uma grande recompensa até mesmo pelo martírio no Ramadã”, afirmou um porta-voz do Estado Islâmico em junho de 2017, através de um comunicado que pedia um “ritual sangrento” contra todos que não se curvam a Alá.
No ano seguinte, outro líder islâmico convocou uma “jihad global” contra os Estados Unidos e Israel, para expulsar cristãos e judeus de Jerusalém. A bomba atômica do Paquistão é um patrimônio do islamismo, que deveria ser usada para libertar Jerusalém. Este é o meu anúncio”, afirmou Hafiz Saeed, líder de uma organização que visa a conversão dos “infiéis”.
“Devemos organizar uma conferência islâmica para oficializar o anúncio de todos os chefes dos estados islâmicos de nossa jihad global. A influência do Estado Islâmico enfraqueceu e a conspiração dos Estados Unidos contra o Islã em breve terá fim”, reiterou Saeed, deixando clara a disposição de ir à guerra contra o Ocidente.