Um pastor que sugeriu que cristãos fiéis poderiam participar de cerimônias de união LGBT foi excluído da programação por uma emissora de rádio onde tinha um programa. Sua postura foi considerada um ato de infidelidade a Deus.
O pastor Alistair Begg sugeriu que cristãos podem “construir pontes” ao aceitarem convites para comparecerem a cerimônias de união entre pessoas do mesmo sexo. A repercussão de sua declaração foi imensa, e a rádio American Family Radio (AFR), que é mantida por um ministério cristão conservador, decidiu tira-lo de sua programação.
Begg fez a declaração ao participar de um podcast sobre seu novo livro, The Christian Manifesto (ainda sem tradução oficial para o português). Na entrevista, ele afirmou que foi procurado por uma avó preocupada com seu neto, que estava “prestes a se unir a um transexual”, e se ela deveria comparecer à cerimônia.
O veterano pastor, então, disse que na conversa com essa avó questionou se o neto entendia que sua crença em Jesus a proibia de aceitar suas escolhas de vida. Diante da resposta positiva da mulher, ele respondeu: “Então tudo bem. Contanto que ele saiba disso, sugiro que você vá à cerimônia. E sugiro que você compre um presente para eles”.
Begg, de 71 anos, é pastor titular na Igreja Parkside em Cleveland. Ele é amplamente conhecido por seu programa de rádio Truth For Life, que é transmitido por quase 1.800 emissoras em todos os Estados Unidos.
A postura do veterano pastor repercutiu negativamente nas redes sociais, forçando a American Family Association anunciar a decisão de “não transmitir mais” o programa do pastor, algo que era feito há mais de uma década.
“Chegou ao nosso conhecimento que o Pastor Begg fez declarações que não eram bíblicas e que não se alinhavam com as décadas de adesão fiel às Escrituras que os ouvintes passaram a esperar dele. […] Na American Family Association acreditamos que seja um ato de infidelidade a Deus participar de uma cerimônia que celebra qualquer união fora do modelo bíblico de casamento como sendo entre um homem e uma mulher. […] Como resultado disso, não iremos mais transmitir o programa”, disse a emissora em nota.
União LGBT não é casamento
Embora tenha sugerido que a participação de um cristão em uma cerimônia de união LGBT pode “construir pontes”, o próprio Alistair Begg adotava postura alinhada com a doutrina cristã.
De acordo com informações do portal The Christian Post, em 2022 – durante uma série de sermões que promoveu sobre a carta do apóstolo Paulo aos Romanos – Begg abordou a união LGBT na pregação intitulada “Deus os abandonou”, e destacou que a ideia de duas pessoas do mesmo sexo viverem juntas, praticando a homossexualidade, é não é apenas “um estilo de vida alternativo”: “É uma decisão antinatural. É uma expressão de rebelião contra Deus”.
No Brasil, o pastor Heber Campos Jr gravou um vídeo de resposta sobre o tema e afirmou, enfaticamente, que “não existe ‘casamento homossexual’” [veja aqui], e que os cristãos devem rejeitar convites para participar dessas cerimônias:
“Se você é convidado para participar de uma cerimônia homossexual, lembre-se que biblicamente eu não posso chamar isso de casamento, nem você deve chamar isso de casamento e não devemos ser participantes disso. Aí você vai dizer ‘pastor, mas eu não ir a essa cerimônia, cadê o amor?’. Lembre-se que você não ama as pessoas aprovando seus atos rebeldes, você ama as pessoas a despeito dos seus atos rebeldes”, resumiu.