O Vaticano ou, oficialmente, Estado da Cidade do Vaticano, local sede da Igreja Católica Romana, se posicionou acerca de um dos assuntos mais polêmicos envolvendo o diálogo entre cultura e religião, que é a chamada “ideologia de gênero“.
Na última segunda-feira (10) um documento escrito pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé Católica, o cardeal Giuseppe Versaldi, foi publicado, destacando que a ideologia de gênero apresenta um “conceito confuso de liberdade” que busca “aniquilar a natureza” humana na forma como ela é, de fato.
A intenção da igreja católica é apresentar pontos importantes no tocante à orientação dos seus membros e líderes, sobre como devem enxergar e lidar com a ideologia de gênero, servindo como uma espécie de guia moral nesse aspecto.
“Em muitas ocasiões, foram propostos caminhos educacionais que transmitem uma concepção da pessoa e da vida supostamente neutra, mas que, na realidade, são reflexo de uma antropologia contrária à fé e à justa razão”, diz o documento.
O texto ataca frontalmente a narrativa mais contundente dos ideólogos de gênero, que é a ideia de que a sexualidade humana não passa de uma construção cultural, dissociada, isto é, separada do sexo biológico.
A ideologia de gênero, segundo o texto, “contribui para desconstruir a família, com a tendência de anular as diferenças entre homens e mulheres, considerados simplesmente efeitos de um condicionamento histórico-cultural”.
“A missão educativa enfrenta o desafio que surge em várias formas de uma ideologia, genericamente chamada de gênero, que nega a diferença e a reciprocidade natural de homens e mulheres. Isso representa uma sociedade sem diferenças de sexo e esvazia o fundamento antropológico da família”, completa o documento.
A posição da igreja católica, tal como das igrejas evangélicas em geral, é largamente amparada, também, pelas ciências biológicas, sendo a fé, portanto, um elemento doutrinário respaldado pela razão.
Assim, o texto diz que os fiéis devem “saber traduzir em argumentos pela razão” a ideologia de gênero, mas considerando “também a luz que vem da fé, porque há muita confusão e às escolas correm o risco de impor um pensamento único”, aos alunos.
Por fim, o cardeal enfatiza que a sua publicação possui caráter “metodológico sobre como educar as gerações mais jovens para lidar com essas questões em um momento em que há muita confusão sobre isso”. Com informações do El País.