O compromisso com a virgindade até o casamento deixou de ser algo restrito aos noivos, e passou a envolver também as famílias, num fenômeno cultural nos Estados Unidos chamado “Vestido de Pureza”. Os pais e suas filhas fazem votos de abstinência do sexo até o casamento: eles assumem o compromisso de protegê-las, e elas, de se manterem “puras”.
A cerimônia religiosa do “Vestido de Pureza” exige figurino de gala, além da assinatura do compromisso com a restrição sexual, funcionando como uma versão mais rebuscada do movimento brasileiro Eu Escolhi Esperar.
“As meninas fazem uma promessa de permanecerem ‘puras’ e viverem uma vida ‘pura diante de Deus’, para ficar sexualmente abstinente até o casamento. Seus pais assinam um compromisso de proteger a pureza de sua filha”, resume o fotógrafo David Magnusson, que acaba de lançar um livro de fotos sobre o tema.
No entanto, embora a cada ano o fenômeno “Vestido de Pureza” cresça entre as adolescentes, há controvérsias sobre o conceito do compromisso: “É difícil saber por onde começar com isso… A noção de sexo como ‘impureza’, o fato de que são todas as filhas e nenhum filho, a idéia de vestir uma menina pré-adolescente em algo que se parece muito um vestido de casamento…”, disse o internauta Tom Hawking, listando pontos nebulosos da tradição, num comentário publicado no Huffington Post.
Há ainda a preocupação com as consequências desse culto à virgindade: “Quando ensinamos as meninas que a sua virgindade as tornam especiais e valiosas, estamos enviando a mensagem simultânea que, sem a sua virgindade, elas estão danificadas”, escreveu Jessica Valenti.
No entanto, o fotógrafo Magnusson afirmou que as críticas são exageradas, e revelou que a proximidade com o fenômeno cultural o tornou um entusiasta: “Quando eu ouvi pela primeira vez sobre o ‘Vestido de Pureza’, eu imaginei pais irritados e com pavor de qualquer coisa que pudesse ferir suas filhas ou sua honra […] Mas depois que eu aprendi mais [sobre a tradição], entendi que os pais, como todos os pais, simplesmente querem proteger aqueles que amam – da melhor forma que sabem. Foi também muitas vezes as próprias meninas que haviam tomado a iniciativa de participar. Elas tinham feito suas decisões com sua própria convicção e fé. Em muitos casos, os pais não sabiam o que era um ‘Vestido de Pureza’ até que suas filhas os convidassem”, disse.
Veja fotos do livro de Magnusson:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+