Ao longo dos últimos dias, os apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) se mobilizaram em vigílias e concentrações na cidade de São Paulo para orar pela recuperação do candidato a presidente da República, após o atentado sofrido em Juiz de Fora (MG) no dia 06 de setembro.
Bolsonaro continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Israelita Albert Einstein, e um grupo de apoiadores se reuniu na frente do estabelecimento para orar pedindo que sua saúde seja restabelecida. A oração do Pai Nosso, comum às duas principais tradições cristãs, uniu católicos e protestantes na vigília.
A intenção de aguardar maiores notícias indicando a recuperação de Bolsonaro foi noticiada pela imprensa, e nas redes sociais, outros apoiadores indicaram que o ideal seria não tumultuar o ambiente, já que outros pacientes no hospital e seus familiares poderiam sofrer com o tumulto.
Simpatizantes do deputado @jairbolsonaro fazem oração em frente ao Hospital onde ele está internado, em São Paulo. pic.twitter.com/yk9YuFIbpW
— Jovem Pan News (@JovemPanNews) 7 de setembro de 2018
Conforme o movimento cresceu, alguns dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro nas redes sociais sugeriram que a reunião de fé não acontecesse na porta do Einstein: “Desde ontem que sei da movimentação de muita gente interessada em ‘visitar’ Jair Bolsonaro ou ficar ‘de plantão’ na recepção do hospital Albert Einstein. Isso, supostamente, para ‘prestar solidariedade’. Quer ajudar o Jair e seus filhos? Ore por eles. De verdade. No mais, dê privacidade e espaço para a família. NÃO é hora de caravanas de políticos no hospital, de videozinhos e fotos com fulanos e ciclanos para serem utilizados como material eleitoral”, ponderou o sociólogo Thiago Cortês no Facebook.
Diante disso, uma mobilização organizou uma oração coletiva na Avenida Paulista no domingo à tarde, em frente ao prédio da TV Gazeta, onde mais tarde seria realizado um debate entre os demais candidatos. Uma multidão compareceu e, novamente, fez prece pedindo que Bolsonaro se recupere rapidamente da facada e suas complicações.
Saúde
No domingo, enquanto a multidão de apoiadores do candidato se reunia na Avenida Paulista, um boletim médico atualizando a situação de Jair Bolsonaro foi divulgado pelo hospital, indicando que a recuperação segue evoluindo.
A nota, assinada por três médicos, indica que Bolsonaro continua fazendo fisioterapia, “incluindo caminhadas e exercícios diários, sem apresentar dor”, e que uma “leve anemia” foi detectada, mas é tratada como uma questão secundária, que não preocupa.
Leia a íntegra do boletim médico:
O quadro de saúde do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, internado no Hospital Israelita Albert Einstein, continua em evolução. A circulação do intestino para o fígado está preservada.
A paralisia intestinal decorrente do grande trauma mostra sinais de que está em regressão, ou seja, é possível que, nos próximos dias, a função intestinal se normalize e o paciente passe a ingerir alimentos por via oral. Persistem os cuidados de fisioterapia, incluindo caminhadas e exercícios diários, sem apresentar dor.
Nos exames laboratoriais ainda existe uma leve anemia, em decorrência do sangramento inicial, secundário ao trauma.
Dr. Antônio Luiz Macedo, cirurgião
Dr. Leandro Echenique, clínico e cardiologista.
Dr. Miguel Cendoroglo, diretor Superintendente do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o líder das pesquisas de intenção devoto pode levar no mínimo 30 dias para retornar as atividades, o que praticamente o tira da campanha corpo a corpo nas ruas até o dia da votação, 07 de outubro.
“Cirurgiões ouvidos pelo Estado indicam que pacientes com quadros parecidos com o de Bolsonaro costumam retornar ao trabalho e às atividades normais no período de um a dois meses após a operação”, informou o jornal.