O papa Francisco recebeu o presidente do Irã, Hassan Rouhani, no Vaticano, na última terça-feira, 26 de janeiro, e ouviu do mandatário um pedido de oração.
Essa foi a primeira visita de um presidente iraniano a um papa em 17 anos. A última vez que a principal autoridade do Irã havia se encontrado com um pontífice católico foi em março de 1999, quando João Paulo II recebeu Mohammad Khatami.
O Irã é uma república regida pelos fundamentos do islamismo, com autoridades religiosas – como os aiatolás – exercendo papel decisivo na política. A Missão Portas Abertas considera o país um dos 10 piores perseguidores de cristãos. O caso do pastor Saeed Abedini, preso por propagar o Evangelho, é um exemplo nítido.
Na conversa de 40 minutos na Biblioteca do Vaticano, dois intérpretes acompanharam os chefes de Estado: um traduzia o farsi, idioma nativo de Rouhani, para o papa, e a outra, traduzia o italiano, idioma falado com fluência por Francisco, para Rouhani.
“Após a reunião, aconteceu à saudação da delegação ao papa e posteriormente à tradicional entrega de presentes. O líder iraniano deu ao pontífice um tapete persa feito à mão e um enorme livro com miniaturas dentro”, informou a agência internacional EFE.
Já o papa presenteou Rouhani com um medalhão de San Martín de Tours, padroeiro de Buenos Aires (Argentina), explicando que o objeto era um símbolo da “irmandade gratuita”, além de entregar uma encíclica “Laudato si”, sobre a defesa do meio ambiente. Francisco desculpou-se com o presidente iraniano por não ter uma versão do livro em farsi, e por isso aquela versão era escrita em árabe e italiano.
Na despedida, Francisco agradeceu a visita e disse “espero pela paz”. A fala foi interpretada por analistas internacionais como uma provável referência ao conteúdo da conversa. Rouhani, por sua vez, pediu para que o pontífice orasse por ele e disse que a visita havia sido “um prazer”.
Na Itália, Rouhani se reuniu com o presidente do Governo, Matteo Renzi, e o Chefe de Estado, Sergio Mattarela.