A boca de urna, além de crime eleitoral, é uma ação que resulta em muita sujeira nas ruas do entorno dos locais de votação. Assim, um grupo de jovens evangélicos voluntários resolveu fazer diferença e promoveu uma limpeza em algumas seções da região de Campinas (SP).
Os jovens, voluntários das unidades de Hortlândia e Engenheiro Coelho do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) se reuniram e colocaram em prática o desejo de melhorar o ambiente à sua volta, deixando limpas as escolas públicas que teriam aulas já no dia seguinte.
De acordo com o site Notícias Adventistas, apenas na cidade de Campinas foram recolhidas 50 toneladas de lixo formado por santinhos de candidatos a vereador e prefeito. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estima que, aproximadamente, R$ 174,5 milhões foram gastos pelos pleiteantes a cargos públicos com impressão de materiais.
No último domingo, 02 de outubro, boa parte desse material foi despejada nas ruas das cidades. Durante a transmissão da cobertura da votação, a Globo News mostrou um flagrante de uma senhora de 60 anos de idade que escorregou em um punhado de santinhos ao atravessar a rua do local onde votou e, por pouco, não foi atropelada.
Ação
Os jovens voluntários usaram vassouras, pás, sacos de lixo e luvas no trabalho de limpeza dos locais escolhidos para o trabalho: o grupo do campus Hortolândia foi para a Escola Estadual Mário Junqueira, em Campinas, e o do campus de Engenheiro Coelho marcou presença nas cidades de Artur Nogueira e Engenheiro Coelho.
O exemplo dos voluntários motivou vizinhos das escolas: “Eu vi estes meninos vindo varrer a nossa rua e não consegui ficar de braços cruzados. Eu quis ajudar também”, afirmou a advogada Daniele Silva.
Denis Pinheiro, vice-diretor da escola Mário Junqueira, ficou feliz pelo gesto: “A nossa equipe interna já limpa o colégio por dentro, mas a gente não consegue deixar as ruas em volta da escola limpas já no dia seguinte. Então, na segunda [feira] após a eleição, os alunos geralmente acabam tendo esse desconforto, de chegar perto da escola e ver todos aqueles santinhos jogados na rua”, disse, satisfeito por ver que, em 2016, a realidade foi outra.