Vídeos de Valdemiro Santiago com a campanha da semente de feijão foram removidos pelo YouTube. O material era alvo de uma solicitação do Ministério Público Federal junto à plataforma de streaming.
A polêmica com a semente de feijão surgiu após o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus oferece-la em uma caixa da campanha “Sê Tu uma Benção”, por ofertas mínimas de R$ 100. Em alguns vídeos, o autointitulado apóstolo pedia ofertas de R$ 1000 para enviar à casa do fiel a semente.
Em certos momentos, Valdemiro Santiago afirmou que a campanha de arrecadação de ofertas era uma forma de os fiéis “semearem” na obra de Deus para serem abençoados no futuro, incluindo a proteção contra a pandemia de Covid-19.
O procurador federal Wellington Cabral Saraiva entendeu que o líder Igreja Mundial estava usando “de influência religiosa e da mística da religião para obter vantagem pessoal (ou em benefício da igreja), induzindo vítimas em erro, pois não há evidência conhecida de cura da Covid-19 por meio de alguma divindade nem por ingestão ou plantação de feijões mágicos”.
“O noticiado não fala explicitamente em pagamento, pois emprega a palavra-código ‘propósito’. As vítimas não fariam pagamentos, mas ’propósitos’. A despeito do disfarce linguístico, o ardil está claro: os fiéis devem pagar valores predeterminados para obter feijões mágicos que os poderão curar da Covid-19, mesmo em casos graves”, destaca Saraiva.
De acordo com informações da revista Veja, o YouTube não esclareceu os detalhes da exclusão dos vídeos e pontuou que a plataforma tem algumas maneiras de evitar a propagação de mentiras e falsas promessas relacionadas à pandemia, como o próprio sistema automático para detectar inverdades; denúncias feitas por usuários; revisores humanos; e um comitê composto pelo Programa de Revisor Confiável, que inclui ONGs, médicos e outros integrantes da sociedade civil.