O deputado federal Jair Bolsonaro concretizou sua mudança de partido na última semana, abandonando o Partido Progressista (PP) – que integra a base de apoio a Dilma -, pelo Partido Social Cristão (PSC), onde faz planos de disputar a presidência da República em 2018. Para isso, o polêmico parlamentar afirmou que tem pedido a ajuda de Deus.
Bolsonaro passa a integrar oficialmente a oposição a Dilma, já que vem exercendo esse papel à revelia de seu antigo partido e colecionando apoiadores em todo o Brasil. Uma pesquisa recente do instituto Datafolha apontou que, mesmo sem campanha, hoje o deputado tem 7¢ das intenções de voto para a presidência, estando em quarto lugar, atrás de Marina Silva (REDE), Lula (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Conhecido por suas declarações contundentes em crítica ao PT e aos ativistas gays, assim como a ideologia de gênero, Bolsonaro se apresenta como um candidato de extrema direita. Militar da reserva, o deputado já atuou como capitão do Exército e, teria convidado para o posto de vice-presidente o general Augusto Heleno Pereira, ex-comandante na região amazônica e primeiro chefe da missão brasileira no Haiti, em 2004, segundo informações do Congresso em Foco.
“Eu só peço a Deus poder corresponder à expectativa que muitos depositam em mim pelo Brasil”, afirmou Bolsonaro, na cerimônia oficial de filiação ao PSC, realizada em Brasília. “Recebo a indicação como pré-candidato à Presidência da República como PSC como missão. Vamos afinar o discurso, mas pode ter certeza que o direcionamento será para a direita”, acrescentou, de acordo com O Globo.
O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) esteve presente no evento e comemorou a chegada do colega ao partido: “Agora, querendo ou não, a própria mídia vai falar que somos um partido de direita, um partido de posicionamento”, pontuou.
Bolsonaro, que já foi evangélico, hoje professa é fiel católico, mas casado com uma evangélica, e possui trânsito na bancada evangélica por sua postura conservadora. “Minha proposta é completamente diferente. É uma proposta à direita”, afirmou, em entrevista à Gazeta do Povo, do Paraná, garantindo que o rótulo de preconceituoso foi criado pela imprensa.