Uma nova tecnologia de medição de campos magnéticos em tijolos serviu para confirmar que a descoberta arqueológica da cidade de Gate tem idade compatível com os eventos narrados em 2 Reis, além da localização já confirmada como coincidente com o relato bíblico.
Os pesquisadores israelenses das universidades de Tel Aviv, Hebraica de Jerusalém, Bar-Ilan em Ramat Gan e Ariel em Samaria compartilharam um relatório que comprova que a cidade bíblica de Gate foi realmente destruída conforme relatado nas Escrituras.
A descoberta permitiu identificar materiais queimados encontrados em escavações e estimar as suas temperaturas de queima. Este estudo inovador aparentemente valida o relato bíblico da destruição de Gate, uma cidade filisteia, pelo rei sírio Hazael (2 Reis 17:17).
O texto bíblico descreve a conquista militar de Hazael antes que o rei sírio voltasse seu exército contra Jerusalém. O projeto, intitulado “Aplicação de desmagnetização térmica a materiais arqueológicos: uma ferramenta para detectar argila queimada e estimar sua temperatura de queima”, teve suas descobertas publicadas na revista Plos One.
“Nossas descobertas são importantes para determinar a intensidade do incêndio e o escopo da destruição em Gate – a maior e mais poderosa cidade do país na época – e também para compreender as práticas de construção na região”, declarou o professor Martin Szusz, do Departamento de Estudos e Arqueologia da Terra de Israel da Universidade Bar-Ilan.
Tijolos da muralha
A pesquisa concentrou-se nas descobertas de Tell es-Safi, região identificada como a Gate bíblica. A equipe, liderada pelo Dr. Yoav Vaknin do Instituto de Arqueologia Sonia & Marco Nadler da Universidade de Tel Aviv, demonstrou que os tijolos de uma muralha da cidade foram queimados em um incêndio durante a destruição da cidade.
O estudo também contradiz suposições anteriores de que os tijolos foram queimados em forno antes de serem construídos. Vaknin concedeu uma entrevista destacando o contexto histórico, observando que em regiões como a Mesopotâmia, onde a pedra era escassa, os habitantes queimavam tijolos de barro em fornos para aumentar a sua resistência e durabilidade. Esta prática é mencionada na história bíblica da Torre de Babel (Gênesis 11:3).
O professor Lipschits, outro pesquisador do projeto, enfatizou a importância dos tijolos de barro como o principal material de construção na Terra de Israel na antiguidade: “Durante as Idades do Bronze e do Ferro, o principal material de construção na maior parte da Terra de Israel eram os tijolos de barro. Este material barato e prontamente disponível foi usado para construir paredes na maioria dos edifícios, às vezes em cima de fundações de pedra”, explicou.
“É por isso que é tão importante compreender a tecnologia utilizada na fabricação desses tijolos”, acrescentou Lipschits.
O Dr. Vaknin frisou que a maioria dos pesquisadores acredita que a tecnologia de cozer tijolos em fornos não chegou à Terra de Israel até a conquista romana. Antes disso, os habitantes usavam tijolos de barro secos ao sol. O novo método desenvolvido pela equipe pode determinar de forma conclusiva se os tijolos encontrados em escavações arqueológicas foram queimados em um forno ou queimados no terreno durante um evento destrutivo.
Tecnologia
O método depende das propriedades magnéticas dos tijolos de barro. Os tijolos secos ao sol exibem uma orientação magnética aleatória, mas quando queimados com fogo, as suas partículas ferromagnéticas alinham-se com o campo magnético da Terra.
Os pesquisadores descobriram que o reaquecimento dos tijolos em um forno especial poderia cancelar esse alinhamento, retornando os tijolos à sua orientação aleatória original na temperatura em que foram inicialmente queimados.
Esta técnica revelou que os tijolos de Gate foram cozidos em temperaturas consistentes com uma conflagração, em vez de queima em forno, que envolve temperaturas muito mais altas, de acordo com informações do portal The Christian Post.