O abuso infantil é um dos problemas mais graves existentes na sociedade, e apesar de ser uma realidade inaceitável ainda enfrenta muitos desafios, entre eles a própria discussão sobre o tema, o que inclui a importância da igreja como voz daqueles que não podem se defender.
Segundo a líder e fundadora do projeto Protegendo com Amor, psicopedagoga e especialista em violência doméstica, Miriam de Oliveira Dias, a Igreja de Cristo também possui grande responsabilidade no combate ao abuso infantil.
Miriam concedeu uma entrevista para falar sobre o “Maio Laranja”, mês especial dedicado ao assunto. Ela explicou como os cristãos em particular podem colaborar para prevenir o abuso sexual no seio da igreja.
“A responsabilidade de proteger meninos e meninas contra crimes como o abuso e a exploração sexuais não é apenas do Estado ou da família, mas de todos nós. Este dever está previsto na Constituição Brasileira”, disse ela ao portal Guia-me.
“E a igreja como sociedade pode cumprir esse papel. É preciso garantir a todas crianças e adolescentes o direito ao seu desenvolvimento de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual”. destacou Miriam.
A especialista explicou que o combate ao abuso infantil começa pela conscientização.
Falar sobre essa realidade, explorar os tristes dados de crianças vitimas de exploração sexual, explicar como isso geralmente acontece, ou seja, fornecer o maior número possível de conhecimento sobre o tema é de grande importância.
A igreja, por ser uma instituição comunitária, tem como fazer ações de combate ao abuso infantil de forma ampla, por exemplo, promovendo espaços de discussão e canais de denúncia em parceria com o poder público.
“A igreja pode abrir espaço para essa conversa com a sociedade, conscientizando as pessoas para combater o abuso sexual infantil, um problema que cresce a cada dia”, explica Miriam.
“Ela também pode apoiar a Campanha [Maio Laranja], quando mobiliza, sensibiliza, informa e convoca toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos da crianças e dos adolescentes. A igreja pode ser a voz daqueles que não podem defender-se”, conclui.