A explosão de acesso à internet, especificamente às redes sociais, pode ser considerada por muitos um benefício em termos de comunicação, enquanto que, para outros, se tornou uma grande preocupação no tocante à hiper-sexualização online, algo que tem favorecido a exploração de crianças em várias partes do mundo.
“O que vemos repetidamente é a hiper-sexualização de meninos e meninas”, disse Lina Nealon, do Centro Nacional de Exploração Sexual dos Estados Unidos, em uma entrevista concedida à emissora cristã CBN News.
A opinião de Lina não é fruto do acaso, pois é compartilhada por pais e mães que têm se preocupado como devem lidar com filhos numa geração onde a exposição através das mídia sociais se tornou uma realidade a ser compreendida e, por vezes, controlada.
Abuso online
Sobre o conceito de hiper-sexualização abordado por Lina, e que os pais da atual geração precisam entender de forma contundente, é que o abuso sexual nos dias atuais não ocorre, necessariamente, de modo presencial.
Isso significa que crianças também são expostas quando se exibem de forma indiscriminada através das mídia sociais, sendo a violência psicológica uma das consequências negativas dessa realidade.
Dados da Internet Watch Foundation, por exemplo, apontam que o ano de 2021, durante a pandemia, apresentou um crescimento avassalador de conteúdos online de crianças sendo exploradas sexualmente. A explicação, nesse caso, pode estar no uso massivo das redes sociais no período de confinamento.
“As crianças têm smartphones em níveis sem precedentes e, é claro, o COVID apenas sobrecarregou a exploração sexual infantil, quando as crianças entraram online em massa”, explica Lina.
A analista diz que muitos pedófilos se aproveitam do relaxamento por parte dos pais no tocante ao cuidado dos filhos na internet, em paralelo à inocência das crianças nas redes, já que a maioria, se não todas, querem algum tipo de aceitação e visibilidade social.
“Você vê garotas literalmente se despindo, dançando, e nos comentários você vê os pedófilos comentando descaradamente, oferecendo dinheiro, oferecendo presentes”, disse ela sobre plataformas como o Tik Tok.
Lina, por fim, diz que a hiper-sexualização infantil nas redes sociais é algo que precisa ser combatido, também, pelas empresas de mídia. Ela acredita que a tecnologia pode ser uma aliada, desde que utilizada corretamente.
“Há muito mais que eles podem estar fazendo. Eles têm os recursos, o talento para realmente aumentar e priorizar a proteção da criança, mas pelo que podemos ver, eles estão priorizando o lucro repetidamente”, conclui a analista.