O uso de determinadas vestimentas entre os cristãos sempre foi alvo de preocupação das igrejas, especialmente nas mais tradicionais, onde a orientação em alguns casos chega a ser restritiva no tocante a peças de roupa como calças apertadas, saias curtas e acessórios tipo brincos e batons.
Pensando nisso, a aconselhadora Luciana Sborowski, mestre em Ministérios pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, fez uma assertiva reflexão ao destacar alguns motivos pelos quais as mulheres, mas também os homens, devem entender da forma correta de se vestir.
A roupa na Bíblia
Luciana começou ressaltando o modo como a Bíblia destaca a roupa como um acessório carregado de valor moral, algo que ficou explícito, por exemplo, no ato da queda de Adão e Eva em pecado, quando ambos sentiram vergonha e medo diante do Senhor.
“Eles tiveram uma percepção de que estavam nus, não só no sentido literal, mas eles estavam despidos diante de um Deus justo e santo. Eles tentaram se cobrir com as folhas de figueira, pensando que seria a solução”, diz ela.
A relação da roupa como objeto que visa cobrir a nudez, portanto, parece carregar o peso moral da forma como o ser humano, em pecado, se enxerga diante de um Deus santo.
Não por acaso, diz Luciana, “no Antigo Testamento, somente o sacerdote se vestia de forma adequada para entrar na presença de Deus; e essa veste deveria ter características específicas, com aspectos que refletiam como o nosso Deus é (santo, glorioso e belo).”
A aconselhadora também citou passagens como Gênesis 37.3; 23, 1 Samuel 18.3, 4, Daniel 5.29 e Lucas 15.21, 22 para fundamentar como a Bíblia ressalta o valor moral simbolizado pelo tipo de roupa utilizada.
Reflexo do quê?
Com base nos pontos anteriores, a aconselhadora explica que toda roupa reflete algo acerca da pessoa que a veste, mas ressalta: “As vestes exteriores não mudam o nosso interior.”
“O exterior reflete o interior, porém, ele não MUDA o interior. Embora as vestes dos sacerdotes no Antigo Testamento mostrassem que todo o exterior era adequado – vestes gloriosas, santas e belas – ele tinha pecado; ou seja, o sacrifício que ele fazia não era definitivo. Aquelas vestes não mudavam a essência daquele sacerdote.”
Contudo, apesar do exterior não mudar o interior, ele pode refletir o tipo de valor que a pessoa dá a si mesmo ou a Deus. Como cristãos, mulheres e homens, portanto, devem estar focados em se vestir de maneira adequada, mas a partir de uma perspectiva espiritual, defende a conselheira.
“Quando entendemos o propósito para o qual fomos criadas, usamos as roupas certas. Ao invés de fazer das vestes temporárias o nosso foco, nos revestimos daquilo que vai nos tornar verdadeiramente belas, santas e puras para Jesus Cristo”, diz ela em seu artigo para o Voltemos ao Evangelho.
“Devemos investir nessa beleza que permanece, duradoura. Isso não significa que temos que ser desleixadas e nos vestir ‘de qualquer jeito’; mas, lembrar que as vestes foram criadas para usarmos refletindo o caráter de Deus Criador, pois pertencemos a Ele”, diz Luciana, que conclui fazendo um questionamento: “O que a sua vestimenta está comunicando?”