Duas ou três décadas atrás, o figurino usado pelas mulheres evangélicas era bastante restrito. Nas igrejas pentecostais, saias, blusas e meias-calças era quase unanimidade. A diferença ficava por conta de vestidos, que muitas fiéis encomendavam conforme a doutrina severa da época.
O raciocínio era que o cristão deveria ser reconhecido pelo guarda-roupa, e às vezes, esse pensamento se sobrepunha ao reconhecimento do brilho de Jesus através das ações.
Porém, hoje a visão a respeito dessa questão está substancialmente mais flexível. A dita moda evangélica é destaque, frequentemente, de reportagens e publicações especializadas. E o comércio de roupas dedicado às fiéis é cada vez mais próspero.
“Existia um preconceito muito grande contra a moda evangélica, que por ser evangélica tinha que ser cafona, com aparência de mais velha. E nós trazemos uma proposta oposta a isso, roupas com um bom caimento, que valorizam a mulher com elegância e estilo. A questão é valorizar a mulher sem vulgarizar”, argumenta Jaqueline Costa, 30 anos, empresária do ramo.
Mesmo com uma mudança drástica no estilo das roupas, decotes, fendas, peças justas demais ou curtas continuam banidas do vestuário feminino evangélico, segundo o Campo Grande News. “Quem tem que aparecer a mulher. Uma roupa extravagante torna a mulher um objeto. O que ela precisa é de algo que a valorize tanto fisicamente quanto moralmente. Onde ela fique elegante estilosa e bem comportada”, opina Jaqueline.
Como nem todas as pessoas nutrem o mesmo gosto, ou nem todas as denominações cederam às mudanças da moda evangélica, ainda existem confecções e lojas que se dedicam a fornecer peças ainda mais comportadas: “Há quem prefira os modelos mais conservadores, mas as mais jovens gostam mais de blusinhas e camisas mais modernas”, pontua Fátima Haidar, 50 anos, gerente de uma loja que, apesar de não ser exclusiva para evangélicas, atende muitas fiéis.