O presidente Jair Bolsonaro (PSL) realizou 33 encontros religiosos ao longo de quase oito meses em que ocupa o cargo, e dedicou 30 desses compromissos de agenda oficial a lideranças evangélicas.
As informações sobre os encontros do presidente da República são disponibilizadas na agenda oficial publicada no site do Palácio do Planalto. No período, além de receber os evangélicos, participou de dois eventos da Igreja Católica e atendeu representantes muçulmanos em um jantar.
Segundo levantamento realizado pela rádio Jovem Pan, o número de 30 encontros com evangélicos não inclui as oito reuniões realizadas com deputados federais integrantes da bancada evangélica no Congresso Nacional.
“Quase todas as grandes denominações evangélicas do País, como Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus e Internacional da Graça de Deus tiveram seus líderes recebidos pelo presidente no primeiro semestre. Ele também participou de cultos em igrejas e foi a duas edições da Marcha Para Jesus, em São Paulo e em Brasília”, diz a matéria no site da emissora paulista.
Recentemente, o presidente compareceu em dois dias da programação do evento Conferência Global 2019, em Brasília (DF), realizada pela Comunidade das Nações. Antes, em visita à Celebração Internacional da Comunidade Sara Nossa Terra, Bolsonaro declarou que seu mandato está “a serviço do Senhor”.
No período, Bolsonaro recebeu visitas no Palácio do Planalto de líderes neopentecostais, como o missionário R. R. Soares, fundador e líder da Igreja Internacional da Graça de Deus (que foi ao encontro do presidente três vezes, em março, junho e agosto) e do autointitulado apóstolo da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago.
Antigo aliado, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), esteve na companhia de Bolsonaro em duas ocasiões, sendo a mais recente um almoço concedido pelo pastor e deputado federal Silas Câmara em sua casa.
STF
Durante dois desses encontros com evangélicos, o presidente assumiu o compromisso de indicar um jurista “terrivelmente evangélico” para uma das duas vagas que serão abertas no Supremo Tribunal Federal (STF) até o final de seu mandato.
Posteriormente, ele usou a mesma expressão para se referir ao advogado-geral da União, André Mendonça, pastor da Igreja Presbiteriana no DF.
“Entre os deputados da bancada evangélica que mais tiveram espaço com o presidente está o pastor Marco Feliciano (Podemos-SP). Segundo o site do Planalto, ele esteve em ao menos 7 encontros com Bolsonaro”, resumiu o jornalista Felipe Neves na matéria publicada pela JP.
Em nota, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto falou sobre a agenda de Bolsonaro e limitou-se a dizer que “o presidente receberá representantes de todas as categorias religiosas” ao longo de seu mandato, e destacou que “no último sábado [9], inclusive, após participar da Marcha para Jesus, ele rezou na Catedral de Brasília”.