Um pastor foi agredido com a coronha de uma espingarda calibre 12 ao tentar negociar com os criminosos que sequestraram missionários no Haiti e pedem US$ 17 milhões de resgate.
Bill Wilson, 73 anos, atua em Nova York com a organização Metro World Child, fundada em 1980 e com histórico de obtenção de suporte do governo dos EUA para atuar no exterior.
Na última semana, ao tomar conhecimento do sequestro dos missionários cristãos, ele fez contato com a CIA e voou para o Haiti com a intenção de negociar com os criminosos.
Ao todo, são 16 norte-americanos e um canadense mantidos como reféns. Wilson conseguiu se encontrar com alguns dos sequestradores e, durante a breve reunião, viu uma mulher haitiana ser assassinada na sua frente.
No processo, ele foi agredido com a coronha de uma espingarda calibre 12, de acordo com informações do portal Charisma News. “A coisa no Haiti acabou de se tornar um vale-tudo. É uma loucura”, disse Wilson.
“Por meio de meus contatos, fui até lá e me encontrei com eles e disse imediatamente: ‘Olha, precisamos saber se essas pessoas estão vivas’. Então, um dos sequestradores começou a gritar e me xingar. Eu sempre dizia a ele: ‘Escute, precisamos de mais do que isso’. Então, ele gritou com um cara em uma cabana, atrás de onde estávamos conversando, e eles puxaram uma mulher haitiana e cortaram seus seios bem na minha frente. Ela estava sangrando e gritando. A parte difícil foi quando eu estava saindo, ela estava chorando para mim: ‘Ajude-me. Por favor, não me deixe.’ É muito frustrante porque você vê muitas coisas ao longo dos anos com esse tipo de coisa”, contou o pastor.
Depois de presenciar a cena bárbara e notar que não obteria informações que ajudassem na negociação, o pastor Bill Wilson tentou ser mais enfático e terminou agredido: “Então, eu disse: ‘Olhe, vá em frente e me mate se quiser, mas se o fizer, terá o peso dos militares dos EUA sobre você e não terá que se preocupar em conseguir dinheiro'”.
“Foi quando ele pegou a espingarda e me acertou na cabeça. Meu contato da CIA me pegou pelo braço e disse apenas: ‘Ei, temos que ir’. E foi isso”, acrescentou.
Embora ele não tenha a confirmação da morte da mulher que foi mutilada diante de seus olhos, a condição em que ela estava o fez ter “certeza” que ela não sobreviveu. Depois que foi tirado do local pelo agente da CIA que intermediou o contato com os sequestradores, ele passou um tempo na capital do Haiti e depois voou de volta para os EUA.
“Voltamos para Porto Príncipe e eu fiquei por mais alguns dias e depois voltei para cá. Foi isso, resumindo. Já passei por coisas assim antes. Membros do Departamento de Estado estão no Haiti, junto com o FBI e meu contato na CIA, e nenhum deles se dá bem. Coisas como essa são todas muito políticas. Não temos ideia se essas pessoas estão mortas ou vivas”, resumiu.