Uma cristã ex-muçulmana que imigrou do Irã para os Estados Unidos pediu socorro às igrejas no continente americano para que o Corpo de Cristo se levante contra o “espírito do anticristo” em seu país natal.
Lily Meschi, membro do Ministério Iran Alive, contou seu testemunho de conversão em uma entrevista recente. Ela sobreviveu a um casamento abusivo e à opressão do islamismo, e afirmou que os cristãos do Ocidente precisam “se levantar” contra o mal que governa o Irã.
Segundo ela, há inúmeros iranianos em busca de conhecer a Verdade que liberta: “Como cristãos, precisamos de nos levantar e orar verdadeiramente para que o espírito de oposição, o espírito anticristo, seja removido daquele país para que possam receber livremente a fé virtuosa que, em última análise, lhes dá a verdadeira liberdade”, disse ela.
“Todos nós sabemos que a verdadeira liberdade depende da virtude, e a virtude vem da profunda convicção do coração que vem da fé. É disto que o Irã precisa. Precisamos tornar a mensagem de Cristo muito mais ousada do que nunca. Este é um momento histórico. Todos nós precisamos nos unir para trazer Cristo ao Irã”, convocou.
Lily Meschi conhece em primeira mão a liberdade que vem do relacionamento com o Deus da Bíblia. Nascida durante a guerra Irã-Iraque, as suas primeiras memórias foram marcadas pelo medo: “Eu era um bebê na guerra”, lembrou ela, descrevendo os bombardeios incessantes e a busca constante por segurança.
Filha de uma família muçulmana sob o rígido regime islâmico que governa o Irã, Lily cresceu numa cultura em que mulheres eram rotineiramente envergonhadas pela polícia da moralidade por infracções menores, como não cobrir adequadamente a cabeça, incorporando um profundo sentimento de medo durante a infância:
“Nessa cultura, existe uma persona irada de deus. Ele está apenas sentado em seu trono, querendo nos punir, ele quer que cometamos erros e tenhamos percalços para que ele possa nos punir. Esse foi o tipo de visão de mundo, o tipo de sistema de crenças que fui alimentada pela cultura que cresci no Irã”, descreveu.
A virada
Com a falência dos negócios de seu pai durante sua adolescência, sua família se mudou para Alemanha, trocando a vida de classe média em Teerã por uma realidade muito diferente nos alojamentos de imigrantes: “Foi muito difícil. Isso realmente criou uma enorme quantidade de inseguranças em mim, emocional e mentalmente”, disse ela.
Porém, a mudança de sua vida veio com a chegada aos Estados Unidos. Embora tenha sofrido em um “casamento muito tóxico, abusivo em todas as áreas”, ela descobriu a fé cristã através de amigos em Oklahoma: Eles compartilharam o Evangelho comigo”.
Ao assistir ao filme Jesus, ela entendeu que precisava se render a Deus: “Antes que eu percebesse, lágrimas rolavam pelo meu rosto. Eu não tinha nenhum conhecimento prévio sobre o cristianismo ou Jesus. A única coisa que me ensinaram no Irã foi que Jesus foi um dos maiores profetas que realizou muitos milagres. Portanto, todo o conceito de Trindade, toda a divindade de Cristo, era estranho para mim. Mas naquele momento, o Espírito Santo derramou em mim o conhecimento que eu precisava para declarar que Ele é meu Senhor e Salvador. Tive o Espírito Santo e o encontro e sabia que Jesus era o Filho de Deus, Jesus era meu Senhor e Salvador, Jesus era Deus”.
“O Senhor me libertou daquele relacionamento tóxico depois de 14 anos, e Ele deu a mim e à minha filha uma paz que está além da compreensão, a paz da qual Sua palavra fala. Estou muito grata por ter encontrado Jesus. É uma das melhores decisões que já tomei na minha vida”, celebrou Lily.
Agora casada novamente, ela usa o seu passado traumático para levar, através do Ministério Iran Alive, esperança e cura a outras mulheres iranianas que, como ela, se sentem presas nas suas circunstâncias: “Esta é a nossa oportunidade de partilhar o Evangelho com os iranianos. Quando eles ouvem o Evangelho, esse é o gancho para trazê-los, discipulá-los, mostrar-lhes verdadeiramente o que é o cristianismo”.
Tamanha opressão política no Irã resultou em uma espécie de aversão dos iranianos às Escrituras, já que tais textos acabam associados à violência política: “Eles ligam a política e a religião como uma unidade”, disse ela, apontando o desafio de evangelizar o povo de seu país natal.
Ela exortou os crentes ocidentais a envolverem-se mais profundamente através da oração e a participarem de ministérios que se concentram no Irã: “Precisamos ter uma voz mais forte para que todas as outras espiritualidades por aí sejam subjugadas e o cristianismo se eleve. Precisamos que outros cristãos orem para que as mentes e os corações dos iranianos se abram para compreender quem é Jesus e o que Ele fez, para que eles tenham o mesmo encontro com o Espírito Santo que eu tive quando era uma menina muçulmana”.
“O Senhor está fazendo um grande trabalho entre os iranianos, eles já estão tendo visões e sonhos de Cristo e conectando-os às nossas igrejas clandestinas. Precisamos tornar a nossa mensagem e o nosso alcance ainda mais fortes do que nunca, porque este é um momento histórico para o Irã”, concluiu, na entrevista concedida ao The Christian Post.