A cidade de Altamira (PR) esteve no centro do noticiário recentemente por conta do confronto entre detentos filiados a facções criminosas. Ao todo, 58 pessoas morreram. Nesse cenário desolador, a Igreja Universal do Reino de Deus tomou iniciativa de cunho social e montou uma base de apoio aos familiares dos mortos.
O episódio vem sendo considerado o pior confronto em um presídio do Brasil, pois a briga entre detentos, sem interferência de forças de segurança, resultou em dezenas de mortes cruéis, sendo que dos 58, 16 foram degolados e os demais, asfixiados.
O número ainda é inferior ao massacre do Carandiru, em São Paulo (SP), quando 111 presos morreram durante a rebelião. A maioria destes, no entanto, foi morta por policiais quando o complexo penitenciário foi invadido.
A ação da Universal em Altamira envolveu o fornecimento de água, alimento e apoio emocional e espiritual aos familiares de detentos que se dirigiram ao Centro de Recuperação Regional para obter informações. A iniciativa contou com o trabalho voluntário de fiéis da denominação ligados aos projetos Universal nos Presídios (UNP) e Evangelização (EVG).
O site oficial da igreja destacou a repercussão que a ação social em Altamira teve na mídia: “A revista Época, em texto online, escreveu: ‘Na porta do presídio, os cerca de 150 familiares receberam água e comida em uma tenda montada no local pela Igreja Universal’”.
“A Folha de S. Paulo também comentou: ‘A vigília é atenuada por uma tenda montada na entrada do prédio e pela Igreja Universal do Reino de Deus, que distribui água, café, cachorro quente e conforto espiritual’”, acrescentou.
Até as reportagens de veículos de notícia estrangeiros foram destacadas pelo site da Universal: “Sites de notícias internacionais, como o americano The New York Times, Al Jazeera, do Oriente Médio e o jornal diário irlandês, The Irish Times, também publicaram fotos que mostram voluntários da Universal uniformizados amparando familiares”.
O responsável pelo trabalho voluntário de evangelismo na localidade, pastor Maurício Carraro, comentou a importância dessas ações tanto para os familiares como para as forças de segurança: “É um local muito distante da área urbana de Altamira. Não tem alimento, não tem água, não tem comércio. As famílias estão desprovidas, aguardando informações. Tem pais, mães, esposas, amigos que esperam uma notícia. Mas, o grupo Universal nos Presídios (UNP) está aqui, para prestar solidariedade para essas famílias e também para as forças de segurança”, declarou.
O secretário de Saúde do Estado, Maurício Miranda do Nascimento, também manifestou gratidão pela postura dos voluntários da Igreja: “Parabenizo a Universal por, de imediato, ter dado assistência para as famílias”, afirmou.
Além dos que perderam a vida dentro do presídio, quatro envolvidos na briga entre facções terminaram mortos enquanto eram transportados para a cidade de Belém, capital do estado. A Secretaria de Estado de Segurança Pública, portanto, considera que o número total de mortos no episódio é de 62.
Agora, o governo do Pará apura as circunstâncias em que os assassinatos desses quatro detentos ocorreram.