A prática homossexual é descrita pela Bíblia Sagrada, no Antigo e Novo testamentos, como um pecado. Ao enfatizar isso durante uma interação nas redes sociais, o pastor André Valadão se tornou alvo de críticas por parte da militância LGBT e também de um líder religioso adepto da teologia liberal, abraçada pelos autodenominados “cristãos progressistas”.
André Valadão foi questionado no Instagram sobre como lidar no âmbito da congregação com dois rapazes, homossexuais, que haviam iniciado um relacionamento: “Dois rapazes que são membros da igreja estão namorando, expulsa eles? Ou deixa na igreja?”, perguntou um seguidor.
O pastor da Lagoinha Orlando Church, na Flórida (EUA), expôs seu raciocínio sobre o tema, dizendo que a presença de pessoas como parte de uma congregação pressupõe estar de acordo com os princípios e valores abraçados por aquela igreja, e como o cristianismo tradicional enxerga a homossexualidade como pecado, seria melhor apelar ao bom senso.
“Entendi. São gays. Então, igreja tem um princípio bíblico, e a prática homossexual é considerada pecado. Eles podem ir para um clube gay ou coisa assim, mas na igreja não dá, esta prática não condiz com a vida da igreja”, pontuou o pastor.
Na conclusão de sua resposta, o pastor denotou que, da parte dos cristãos, é preciso tomar cuidado com o que poderia ser entendido como ocupação progressista na igreja: “Tem muitos lugares que gays podem viver sem qualquer foram de constrangimento, mas na igreja é um lugar para quem quer viver princípios bíblicos. Não é sobre a igreja expulsar, é sobre entender o lugar de cada um”, encerrou.
A publicação foi “printada” e compartilhada amplamente nas redes sociais, com portais LGBT repercutindo negativamente o comentário do pastor. O assunto, inclusive, foi comentado pelo bispo Hermes C. Fernandes, ativo militante progressista nas redes sociais, que considerou André Valadão antiquado.
“Sua resposta e sugestão deixaram subentendido que gays não são bem-vindos nos templos evangélicos […] Ouvir isso de um pastor das antigas, filho do seu próprio tempo, seria até compreensível, apesar de não justificável. Mas vindo de um pastor ‘descolado’?”, questionou Fernandes.
O bispo da Igreja Reina expôs seu compromisso com o liberalismo teológico ao menosprezar a abordagem ortodoxa da doutrina bíblica: “Tenho a nítida impressão de que tanto André, quanto outros da família Valadão, ao se posicionarem de maneira tão anacrônica, nada mais fazem do que ratificar uma teologia enlatada ‘Made in USA‘ com prazo de validade vencido”, escreveu, no artigo publicado no portal Diário do Centro do Mundo.
O argumento do bispo segue na linha do antropocentrismo, com o homem – que a Bíblia define como caído em pecado (Romanos 3:23) – no centro da questão, ao invés da mensagem bíblica: “O problema de parte do segmento evangélico não é com a homossexualidade, mas com a verdade. É certo que haja muitos homossexuais nessas igrejas, mas que preferem viver incólumes, seja sob o manto de um suposto celibato voluntário, ou em um relacionamento heterossexual de fachada. Tais indivíduos se anulam por se deixarem convencer de que são uma abominação aos olhos de Deus. Infelizmente, alguns chegam às raias do suicídio. O que Valadão desconhece ou finge desconhecer é que ‘onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade’, conforme o apóstolo Paulo. Não se trata de liberdade cênica, litúrgica, mas existencial”, declarou Fernandes.
Diante da repercussão de seu posicionamento, André Valadão voltou a usar as redes sociais para responder: “Não seja politicamente correto, seja biblicamente correto”.