Um protesto de mulheres realizados em Angola reacendeu uma polêmica envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a qual ainda é motivo de estranheza para muitas pessoas: a suposta obrigatoriedade da vasectomia para seus pastores!
A vasectomia é um procedimento médico de esterilização para homens. Uma vez realizado, é praticamente irreversível após alguns anos da cirurgia. O homem não pode, portanto, ter mais filhos.
Esposas de pastores da IURD saíram às ruas para protestar contra a prática, acusando a Universal de violar a Constituição Federal da Angola.
Munidas de cartazes e gritos de protestos, elas percorreram a avenida Ho-chi-min em direção à Praça da Independência, até à catedral do Maculusso, em Luanda, segundo informações do CM Jornal.
“Instamos as instituições de direito, a comunidade internacional, em especial ao nosso Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, que se faça justiça”, pediram as mulheres.
Elas afirmaram sobre o conhecimento de “que ocorrem no seio das esposas de pastores da IURD constantes violações dos direitos humanos, das convenções internacionais das quais Angola é signatária”.
“Por isso manifestamos toda a nossa solidariedade e gritamos não aceitamos a mutilação dos órgãos genitais masculinos, não à vasectomia imposta e não à exterminação da raça humana”, afirmaram.
Vasectomia na Universal
Os supostos casos de vasectomia forçada impostos pela Igreja Universal do Reino de Deus também foi motivo de repercussão no Brasil.
Em 2019, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, ex-pastores disseram que a Universal pagou por vasectomias em mutirões.
“A Universal responde a processos movidos por religiosos na Justiça do Trabalho que afirmaram ter sido forçados ou pressionados a passar por esterilização como forma de ingressar, permanecer ou ascender no quadro eclesiástico da igreja”, afirmou o jornal.
O motivo das vasectomias seria a redução de custos com a manutenção das famílias dos pastores, já que a denominação seria a responsável pelo sustento dos mesmos em campo missionário.
A IURD, contudo, negou tais acusações, alegando que tudo não passaria de mentira e que uma das provas disso seriam os milhares de filhos dos pastores que a denominação possui atualmente em seus quadros.