A adjetivação de Jair Bolsonaro (PSL) como um “homofóbico” teve origem nos anos em que o candidato Fernando Haddad (PT) era ministro da Educação e apoiou um programa chamado “Escola sem Homofobia”, que posteriormente terminou apelidado de “kit gay”.
O material, voltado aos alunos da rede de escolas públicas do país, continha cartilhas e vídeos com informações relacionadas ao que se define como “educação sexual” e “homofobia” e, no discurso oficial, apresentava-se como informação de combate ao preconceito à homoafetividade.
À época, lideranças conservadoras ligadas aos segmentos católico e evangélico se uniram e passaram a denunciar o verdadeiro feito do material: a erotização precoce de crianças e a influência ativa sobre adolescentes.
O resultado foi que a mobilização alçou Jair Bolsonaro à condição de representante do conservadorismo no país, e adicionou uma etiqueta de “pai do kit gay” em Fernando Haddad.
Em 2012, quando o petista deixou o Ministério da Educação para se candidatar à prefeitura de São Paulo, lideranças evangélicas se opuseram a seu nome, justamente por conta do material que terminou por não ser adotado no currículo escolar.
Bolsonaro, então, mesmo após suas reiteradas explicações dos motivos que o levaram a se posicionar contra o “kit gay” – assim como outros políticos, como João Campos (PRB), Marco Feliciano (PODE) e Pastor Eurico (PHS), que se posicionaram contra a doutrinação LGBT das crianças – ficou com a fama de homofóbico, enquanto Haddad, com seu programa de governo, assumiu de vez a agenda pró-ideologia de gênero.