A ideologia de gênero foi tema de uma reportagem especial do Domingo Espetacular, com uma abordagem voltada para os casos de pessoas que fizeram a transição do sexo biológico para o oposto, porém se arrependeram e enfrentaram todas as adversidades dos procedimentos de reversão.
A longa reportagem da Record TV mostrou ainda estudos que abordam o tema de forma abrangente, sem a influência de ideologias políticas, e que constataram que as cirurgias de mudança de sexo não resolvem o problema das pessoas diagnosticadas com disforia de gênero.
Um dos especialistas ouvidos pela reportagem, o professor Felipe Nery, presidente do Observatório Interamericano de Biopolítica, destacou que é muito complicado lutar contra o sexo com que cada pessoa nasce.
“Existe a biologia, o teu sexo, a tua anatomia. Só que [a questão da identidade de] gênero é na forma como você vê, como você se compreende. Porém, você não tem como desvincular a biologia. Nós temos um corpo, temos hormônios”, pontuou.
O Domingo Espetacular citou também o aumento expressivo do caso de crianças e adolescentes que tem procurado o serviço de saúde pública do Reino Unido alegando seu desejo de mudar de sexo, e mencionou que a possibilidade de que isso esteja sendo impulsionado pela ideologia de gênero – a maciça propaganda presente na mídia – é grande.
“Os países foram implementando essas políticas públicas porque realmente quer se fazer uma nova sociedade. Qual o problema que as pessoas não entendem? É o seguinte: existem pilares de uma sociedade. Quais são os pilares? Vida e família são dois deles. E esses dois pilares, que sustentam uma sociedade, muitos desses organismos querem desconstruir”, avaliou Nery.
A jornalista Denise Odorissi também entrevistou o ex-transgênero convertido ao Evangelho Walt Heyer, 78 anos, que é atualmente um ativista na conscientização dos riscos e efeitos das cirurgias de mudança de sexo, já que ele passou por um procedimento décadas atrás, e depois de se arrepender oito anos após sua decisão, voltou a ser homem e precisa conviver com as consequências das escolhas que hoje considera equivocadas.
“A cirurgia de mudança de sexo nunca muda quem você realmente é. O que aconteceu foi apenas uma mutilação no meu próprio corpo. Aquele período [em que viveu como mulher trans] foi uma grande perda de tempo”, afirmou Heyer, que agora se tornou uma voz de apoio para pessoas com disfunção de gênero no mundo todo, tendo inclusive, publicado livros sobre o tema.
Uma pesquisa realizada pelo Karolinska Institute, da Suécia – instituição considerada uma das escolas de medicina mais respeitadas do mundo –, com 324 casos de pessoas que se submeteram a cirurgias de mudança de sexo, mostrou que, ao longo de 30 anos, entre 1973 e 2003, as pessoas não se mostraram completamente satisfeitas com a decisão e os resultados, sofrendo com dificuldades psicológicas.
Os cientistas queriam medir o grau de mortalidade entre os transgêneros ao longo das três décadas, e constataram que o índice é muito mais alto em comparação com o da população em geral: aproximadamente 26% acima.
“Pessoas transexuais, depois da mudança de sexo, tem riscos consideravelmente maiores de mortalidade, de comportamento suicida e transtornos mentais do que a população em geral. […] A mudança de sexo, apesar de aliviar a disforia de gênero, pode não ser suficiente como tratamento para a transexualidade”, diz o relatório da pesquisa realizada pelo Karolinska Institute.
O jornal inglês The Guardian publicou uma reportagem, intitulada “A Mudança de Sexo não é Efetiva”, que afirma, após ouvir especialistas, que “não há evidências conclusivas de que a operação de mudança de sexo melhore a vida dos transexuais”, e que “muitos deles continuam severamente desorientados”.
“A maioria dos estudos médicos sobre a mudança de gênero são mal feitos e levam a uma ideia errada de que a operação traz algum benefício. […] Pesquisadores dos Estados Unidos e Holanda apontam que 20% dos pacientes se arrependem da mudança de sexo”, acrescenta o Guardian.
Um dos entrevistados pela Record TV, foi enfático: “Eu me arrependi de ter feito a cirurgia, me arrependi de ter feito toda a mudança no meu corpo, porque se eu não tivesse passado por todo aquele processo de mudança, hoje eu estaria adequado com aquilo que eu me sinto. Meu corpo estaria adequado com meus sentimentos hoje”.
Assista à reportagem do Domingo Espetacular, na íntegra: