O líder da Igreja Apostólica Fonte da Vida, de Goiânia (GO), é um dos representantes do segmento evangélico mais próximos do presidente Jair Bolsonaro, e afirmou numa entrevista que as chances do advogado-geral da União, André Mendonça, ser indicado ao Supremo Tribunal Federal é de 98%.
No último dia 19 de abril, César Augusto esteve entre os líderes evangélicos recebidos pelo presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto para uma reunião, que contou inclusive com a presença de Mendonça.
Na ocasião, o mandatário afirmou que o pastor presbiteriano que atua na AGU é “terrivelmente evangélico”, numa referência ao critério adotado por ele para indicar o próximo ministro do STF. A vaga a ser aberta é a do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposenta em julho, dias antes de completar 75 anos.
“Ele é o terrivelmente evangélico e tem 98% de chances de ser indicado ao STF”, disse Cesar Augusto à revista Veja. O apóstolo é considerado, junto com o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), e do apóstolo Estevam Hernandes, da Renascer em Cristo, como parte de um seleto grupo que frequentemente visita o Palácio do Planalto para aconselhar o presidente.
“Ainda não tem a data do anúncio, mas o presidente é um homem de palavra. Mendonça é um jurista extremamente preparado e conta com a simpatia e o respaldo do segmento evangélico”, acrescentou César Augusto.
Margem de erro
A convicção do líder evangélico sobre a indicação de Mendonça é a mesma entre outros representantes do segmento que gozam do prestígio de Bolsonaro: “De zero a dez, a chance de ser o Mendonça hoje é 8. Mas a prerrogativa é toda do presidente”, afirmou, sob condição de sigilo, um integrante da bancada evangélica.
Outros nomes passaram a ser especulados nas últimas semanas, como o do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, que é adventista e seria uma sugestão do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos).
O procurador-geral da República, Augusto Aras, é outro que, embora não seja evangélico, rotineiramente tem seu nome especulado em veículos da grande mídia.
A argumentação mais corriqueira para justificar essa aposta é que Bolsonaro é imprevisível e surpreendeu ao indicar Kassio Nunes Marques em outubro de 2020 para a vaga de Celso de Mello.
Sem fazer declarações públicas sobre a possibilidade de ser o novo ministro do STF, André Mendonça estaria articulando a aceitação de seu nome entre senadores, que são os responsáveis por aprovar os nomes para a Suprema Corte.
Desde o começo deste ano, o pastor tem visitado igrejas pentecostais e neopentecostais, como fez recentemente na cidade de Itajaí (SC), onde foi recebido num café de pastores na igreja MEVAM.
O apóstolo César Augusto é um dos principais entusiastas de sua indicação: “Algo natural para alguém que, além de ser AGU e anteriormente ministro da Justiça, também é pastor presbiteriano”, afirmou.