Um dos interlocutores junto ao presidente Jair Bolsonaro para a convocação de um dia nacional de jejum foi o apóstolo Luiz Hermínio, que se inspirou em iniciativas semelhantes de países como os Estados Unidos, Paraguai e Guatemala, e numa passagem do livro de Jonas.
Embora não tenham se encontrado pessoalmente, o apóstolo da igreja Missões Evangelísticas Vinde Amados Meus (MEVAM) em Itajaí (SC), fez um apelo durante um culto online para que Bolsonaro se espelhasse nos demais países que haviam adotado a mesma iniciativa.
Um grupo de pastores amigos do apóstolo foram ao Palácio da Alvorada, onde o presidente atende cidadãos que vão visitá-lo, e entregaram a mensagem de Hermínio, que aceitou a sugestão.
“Presidente Bolsonaro, por favor, decrete um jejum. Nós podemos decretar um jejum como igreja. Mas o senhor é autoridade. Se você for em rede nacional e pedir o jejum… Que jejue o maçom, o budista, o islã, os católicos, os evangélicos. Numa pandemia, não tem mais religião que se estabeleça, é um só espírito, um só corpo”, disse Luiz Hermínio, segundo informações da revista Veja.
Os pastores que conversaram com o presidente, então, pediram que ele gravasse um vídeo para que a mensagem circulasse nas redes sociais: “Para aqueles que têm fé e acreditam, domingo é o dia do jejum”, disse Bolsonaro.
Posteriormente, Luiz Hermínio enviou uma carta formal ao presidente pedindo que, além de chamar a ação religiosa, seja criado o “Dia Nacional do Jejum”. Segundo ele, seria um dia de meditação e oração para que todo o brasileiro, “independente do credo”, possa se arrepender de “todas as práticas imorais, ilegais e pecaminosas, que temos sistematicamente vivido como nação brasileira”.
A inspiração em outros países tem também embasamento bíblico, disse o apóstolo, que citou como referência o livro de Jonas, que traz uma medida do rei de Nínive em resposta a uma profecia que urgia o povo ao arrependimento, afim de que se evitasse a destruição resultante da ira divina. O monarca, então, decidiu decretar um jejum oficial a o povo.
“Então fez uma proclamação em Nínive: “Por decreto do rei e de seus nobres: Não é permitido a nenhum homem ou animal, bois ou ovelhas provar coisa alguma; não comam nem bebam! Cubram-se de pano de saco, homens e animais. E todos clamem a Deus com todas as suas forças. Deixem os maus caminhos e a violência. Talvez Deus se arrependa e abandone a sua ira, e não sejamos destruídos”, diz a passagem bíblica em Jonas 3:7-9.
O apóstolo crê que após o jejum, o país verá o cenário mudar: “Vocês vão ver esse vírus recuar, porque a terra clamou. Deus não suporta um coração que clama […] O próprio Deus, que permite o juízo, também levanta um homem para derrubá-lo. Quando as pessoas estão bem, passam a viver uma vida antropocêntrica, não pensam mais em um ser superior. Deus parou o funcionamento externo para olharmos para dentro”, afirmou o líder neopentecostal na pregação.