A Apple, segunda empresa mais valiosa do mundo e uma das big techs mais poderosas, acatou uma exigência do governo comunista da China e excluiu a Bíblia e ao Alcorão de sua loja de aplicativos no país.
A App Store é o único meio autorizado de download de aplicativos para o iPhone e o iPad, os dois produtos mobile da Apple. O governo do presidente Xi Jinping vinha pressionando a empresa a remover os dois livros religiosos da plataforma, para impedir que chineses pudessem ter acesso.
Os aplicativos Bible App e Quran Majeed foram retirados do ar, de acordo com o site AppleCensorship divulgou no Twitter. A página se dedica a denunciar medidas de censura adotadas pela empresa sediada em Cupertino, na Califórnia (EUA).
A Apple é conhecida por sua postura progressista, endossando pautas ideológicas da esquerda em todas as suas ações de marketing. Diante da exigência da China, que alega que os aplicativos violam as leis que proíbem o uso de textos ou materiais religiosos, a empresa decidiu acatar.
De acordo com informações do portal Washington Examiner, um porta-voz da empresa responsável pelo app da Bíblia que foi removido declarou que tentará restaurar a disponibilidade do material para usuários da China:
“No momento, estamos revisando os requisitos para obter a licença necessária com a esperança de que possamos restaurar nosso aplicativo para a App Store da China e continuar a distribuir a Bíblia em todo o mundo”, disse.
‘Genocídio chinês’
A China está no centro de uma denúncia grave envolvendo o desaparecimento de muçulmanos da etnia uigure. O governo é acusado de promover um verdadeiro genocídio, ao enviar essas pessoas a campos de concentração para “reeducação”, e muitos deles são dados como desaparecidos.
Com a pressão da China para que a Apple removesse os apps da Bíblia e do Alcorão, o Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) acusou a empresa de ser cúmplice do genocídio e pediu que revertesse a decisão.
“Ao obedecer à ordem do Partido Comunista Chinês de remover aplicativos da Bíblia e do Alcorão de sua plataforma na China, a Apple está permitindo a perseguição religiosa na China, incluindo o genocídio em curso de muçulmanos uigures. Essa decisão deve ser revertida”, disse Edward Ahmed Mitchell, vice-diretor nacional da CAIR.
“Se as corporações americanas não crescerem e enfrentarem a China agora, correm o risco de passar o próximo século subservientes aos caprichos de uma superpotência fascista”, acrescentou Mitchell.
Segundo informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), em maio o governo comunista já havia desativado contas da Christian WeChat, alegando que a ferramenta violava as “Disposições de gerenciamento de serviços de informações de contas públicas para usuários da Internet” do país, e que as contas haviam sido “bloqueadas e suspensas”.
A empreitada comunista contra o cristianismo na China já havia removido outros aplicativos da Bíblia da App Store no país, assim como as versões impressas não têm mais permissão estatal para serem comercializadas em lojas online.