Há cerca de 40 dias, o papa Francisco finalizou sua passagem pelo Brasil. Sua passagem pelo país teve como principal motivo a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que reuniu milhares de fiéis e, segundo a Igreja Católica, levou os fiéis de volta às igrejas. Porém, além da renovação da fé de muitos fiéis, a JMJ deixou uma grande dívida para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, que agora organizou uma campanha de doações com objetivo de arrecadar dinheiro para quitar gastos do evento.
Intitulada “Agora é Sua Vez de Contribuir”, a campanha recém-lançada pela instituição católica, tem como objetivo levantar fundos para sanar a dívida, que beira a casa dos R$ 90 milhões, segundo o portal iG. A campanha está sendo divulgada na página oficial da Arquidiocese nas redes sociais. Com cartazes lançados em sua página oficial no Facebook, a instituição divulgou o número da conta corrente do Instituto da JMJ, pedindo qualquer contribuição.
Muitos seguidores da página na rede social chegaram a afirmar que a campanha não era verdadeira, mas, em comunicado oficial, a organização católica confirmou a veracidade da campanha.
A nota afirma que a mudança de planos durante a Jornada, transferindo eventos de Guaratiba para Copacabana, bem como a diminuição do número de peregrinos estrangeiros esperados para o evento, fez os gastos estourarem.
– Em Guaratiba estava quase tudo pronto quando mudamos pra Copacabana. Um evento preparado em um ano e meio pra mudar em dois dias supõe toda uma despesa muito grande, também, que aconteceu, e não prevista anteriormente – afirmou Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, segundo o G1.
A campanha, bem como a confirmação da dívida, gerou polêmica na internet. Na página da Arquidiocese no Facebook, um espanhol questionou os gastos e a iniciativa para arrecadar fundos, comparando a JMJ do Rio de Janeiro com a edição do evento promovida na Espanha.
– Desde quando é preciso pagar por uma JMJ? Em Madrid (a penúltima edição), geramos benefício em toda cidade de mais de 150 milhões de euros, não houve déficit. Será que no Rio teve corrupção do governo? – criticou Josué Báscones.
Para pagar as dívidas criadas pela realização da JMJ, a Igreja já vendeu um edifício, onde funciona o Hospital Quinta D’or, em São Cristóvão, por R$ 46 milhões. Os cerca de R$ 90 milhões restantes das dívidas estão sendo renegociadas com os fornecedores. Foi também aberta uma auditoria interna para apurar os gastos.
– Essa auditoria está sendo feita pra poder exatamente sabermos o que aconteceu, o que está acontecendo, pra que saber onde foi aplicado cada centavo e quais são as verdadeiras necessidades – declarou Dom Orani.
Por Dan Martins, para o Gospel+