O pastor Ciro Zibordi publicou uma reflexão em seu blog, analisando a situação social do país e um eventual legado deixado para a população pela realização de grandes eventos esportivos, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
Usando o desempenho do país nas Olimpíadas de Londres (23º colocado na data de publicação do artigo), Zibordi ironizou o fato de o Brasil estar à frente de países como a Noruega, no quadro de medalhas: “Tenho também pena de países que sequer ganharam uma medalhinha de ouro, como a Noruega, que amarga o 49o. lugar, com apenas 1 medalha de prata e outra de bronze. Para os pobres cidadãos noruegueses resta um consolo: o fato de o seu país estar em primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Grande coisa!”, escreveu sarcasticamente.
O pastor assembleiano reafirma sua crítica social questionando as prioridades escolhidas pelo povo e políticos brasileiros: “Por que supervalorizamos as efemeridades, em detrimento do que realmente é relevante? Para muitos, o importante é ganhar medalhas de ouro e, sobretudo, ser campeão da Copa do Mundo. Francamente, preferiria ver o Brasil melhor no ranking do IDH”.
Zibordi questiona ainda o que vai melhorar no cotidiano dos cidadãos após os eventos, em áreas como saúde, mobilidade urbana, combate as drogas, entre outros: “Quantos hospitais e escolas a mais teremos depois de 2014 e 2016? Que melhorias ocorrerão no caótico trânsito das metrópoles brasileiras após a Copa do Mundo e as Olimpíadas? E a violência, e o tráfico de drogas, terão arrefecido depois desses grandiosos eventos?”, indaga.
Leia abaixo, a íntegra do artigo “O Brasil, as Olimpíadas e o IDH”, do pastor Ciro Zibordi:
Uau! O Brasil está em 23o. lugar no quadro de medalhas das Olimpíadas, com 2 de ouro, 1 de prata e 5 de bronze. Que maravilha! Tenho orgulho de ser brasileiro.
Tenho também pena de países que sequer ganharam uma medalhinha de ouro, como a Noruega, que amarga o 49o. lugar, com apenas 1 medalha de prata e outra de bronze. Para os pobres cidadãos noruegueses resta um consolo: o fato de o seu país estar em primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Grande coisa!
Se esse tal IDH fosse importante, o Brasil não estaria em 84o. lugar na lista do IDH (abaixo de Equador, Peru, Jamaica, Cazaquistão, Argentina, etc.), não é mesmo? Ah, como eu tenho orgulho dos políticos brasileiros!
Ironias à parte, o leitor está triste em razão de o Brasil estar em 23o. lugar no ranking de medalhas das Olimpíadas de Londres, Inglaterra? Saiba que é muito mais angustiante vê-lo em 84o. lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Por que supervalorizamos as efemeridades, em detrimento do que realmente é relevante? Para muitos, o importante é ganhar medalhas de ouro e, sobretudo, ser campeão da Copa do Mundo. Francamente, preferiria ver o Brasil melhor no ranking do IDH…
Quantos hospitais e escolas a mais teremos depois de 2014 e 2016? Que melhorias ocorrerão no caótico trânsito das metrópoles brasileiras após a Copa do Mundo e as Olimpíadas? E a violência, e o tráfico de drogas, terão arrefecido depois desses grandiosos eventos?
O que o governo e os cidadãos brasileiros priorizam? Vencer a Copa do Mundo de 2014, ganhar medalhas em 2016, para dar alegria passageira a um povo sofredor? Ou deixar um grande legado para todos, mesmo que a Seleção Brasileira perca na final para a Argentina e não ganhe uma única medalha de bronze?
Redação Gospel+