Ser um ator cristão na indústria do cinema em Hollywood não é tarefa fácil, mas o inglês David Oyelowo, 40 anos, afirmou que não aceita todos os papéis que é convidado a interpretar, justamente para que sua fé não seja posta de lado.
David Oyelowo protagoniza o filme A United Kingdom (“Um Reino Unido”, em tradução livre, mas ainda sem título em português), que deverá estrear nos cinemas brasileiros em 2017.
Em A United Kingdom, o ator dá vida a um estudante de direito chamado Seretse Khama, que se vê cercado de obstáculos para levar adiante seu relacionamento com Ruth Williams, interpretada por Rosamund Pike.
A raiz dos problemas é o racismo: ele, negro, ela, branca. Seus parentes e amigos não aprovam o relacionamento, e fazem de tudo para separá-lo da mulher que o encantou quando a viu na igreja.
“Oro por qualquer coisa que eu esteja planejando, por todos os meus planos e a bússola moral que minha fé me dá me diz os projetos nos quais eu devo e os que não devo trabalhar”, afirmou David Oyelowo, em entrevista ao Gospel Herald.
“Eu não evito a escuridão em meus filmes, porque para mim, a luz brilha ainda mais evidente na escuridão. Mas, eu não vou promover ou glamourizar a escuridão nos filmes que eu faço”, acrescentou o ator.
Pai e esposo, Oyelowo diz que considera essencial manter uma coerência entre o que se prega e o que se pratica, e que dentro do contexto de sua profissão, se permite deixar que o lado artístico tenha voz, mas sempre respeitando limites.
“Eu também estou sempre à procura de coisas que me desafiem. Quando me deparo com um novo personagem, não sei imediatamente como vou interpretá-lo. Sentir esse ‘medo’ pode trazer o melhor em mim. Eu tento fazer filmes que são entretenimento, são significativos, mas também filmes que eu gostaria de ver”, pontuou.
David Oyelowo já atuou ao lado de Rosamund Pike em outro filme, Jack Reacher, estrelado por Tom Cruise. A lista de filmes elogiados pela crítica nos quais o ator britânico atuou contém ainda “Selma” e “Captive“.
Neste último, baseado em fatos reais, ele fez o papel de um assassino em fuga, chamado Brian Nichols, que fez uma mulher refém em sua própria casa e terminou evangelizado pela vítima.
“Tivemos que trabalhar muito para garantir que Brian Nichols não fosse um tipo legal de James Bond, porque você tem todos os pontos de contato cinematográficos … que nós realmente associamos com heróis. [No filme] Eu estou usando um terno, eu tenho duas armas, estou matando as pessoas, eu tive que trabalhar muito para ter certeza de que não me sentiria um tipo de herói, me certificar que isto estaria frio em meu coração”, relembrou.