Uma cerimônia de batismo coletivo em uma escola pública do Ensino Médio gerou protestos de ativistas ateus e uma investigação sobre o fato por parte das autoridades sobre uma suposta imposição religiosa aos alunos.
A cerimônia de batismo foi realizada no campo de futebol americano pela Primeira Igreja Batista Villa Rica, na cidade homônima, no estado de Geórgia (EUA).
O que gerou a grande confusão foi o vídeo publicado no canal da igreja no YouTube: “Tivemos o privilégio de batizar um grupo de jogadores de futebol e um treinador no campo da Villa Rica High School! Fizemos isso logo antes do treino! Dê uma olhada e veja como Deus ainda está em nossas escolas!”, dizia a descrição.
O treinador do time de futebol também foi batizado junto com os alunos/jogadores, o que causou indignação na entidade ateísta Freedom From Religion Foundation (FFRF).
Os representantes da entidade enviaram uma carta ao escritório do distrito escolar – uma espécie de diretoria regional de ensino – reclamando do batismo, alegando que a cerimônia havia sido uma violação da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos.
“Eu não consigo me lembrar de outro caso como este. É realmente um mau uso da autoridade do treinador, promover sua agenda religiosa pessoal”, afirmou a vice-presidente da FFRF, Annie Laurie Gaylor, em uma entrevista. “No início deste vídeo, eles chamam o ato de ‘passo de obediência’, e, em seguida, a câmera se move para os alunos. Ele está forçando-os a passar por um ritual religioso para serem aceitos em uma equipe. Como eles vão se opor ao seu treinador? Eles não têm escolha. É proselitismo, é coercitivo e não é legal em nossas escolas”, acrescentou.
De acordo com informações da emissora de TV 11 Alive, os responsáveis pelo distrito escolar anunciaram que vão investigar o caso: “O Sistema Escolar de Carroll County tomou conhecimento de uma situação que ocorreu na Villa Rica High School, pouco antes do treino de futebol, no dia 17 de agosto. O Distrito está atualmente analisando as especificidades desta situação e irá tomar as medidas adequadas para garantir que todas as leis estaduais e federais estão sendo seguidas”.
Com a repercussão negativa do batismo coletivo no campo de futebol da escola, a igreja decidiu remover o vídeo de seu canal no YouTube.