A série A Bíblia, que conta passagens bíblicas em dez episódios, estreou ontem na TV brasileira com a história de Abraão, o patriarca. Transmitida pela TV Record, a série deverá chegar ao seu final em 19 de dezembro, uma semana antes do Natal.
O ápice da série deverá ser a exibição do capítulo que conta a história de Jesus Cristo e sua crucificação. O ator que interpretou o filho de Deus no programa, Diogo Morgado, afirmou que sua participação em A Bíblia mudou a forma como enxerga a religião.
“Sou cristão e aprendi com este trabalho d’A Bíblia que, a meu ver, há uma forma errada de encarar a religião, como se fosse uma coisa clubística de torcida de time de futebol ou de partido político. A religião, ou a nossa crença, ou fé, é uma coisa muito pessoal, que nos motiva no dia a dia. Cada um busca o caminho do seu equilíbrio emocional e espiritual, e essa é uma jornada que ninguém pode opinar ou fazer por nós”, disse em entrevista ao Uol.
Comentando sobre o trabalho de interpretar um papel que já foi exibido antes em outros filmes e séries, o ator português afirmou que esse “foi sem dúvida o maior desafio que tive pela frente”, e revelou que se empenhou ao máximo para atuar como Jesus Cristo.
“A verdade é que pesquisei bastante e procurei ver tudo onde entrasse a figura de Jesus e procurar os pontos comuns, e em seguida tentar uma coisa menos vista. Foi aí que procurei ir pelo caminho de tornar a figura menos inatingível, mais humana. Jesus era 100% filho de Deus, mas também estava numa condição 100% humana, com todas as suas características e condições. Foi fascinante para mim trabalhar de que forma esta figura seria magnética por onde quer que passasse. Não só por aquilo que dizia, mas pela forma como agia com quem o rodeava”, declarou.
As cenas da crucificação, segundo Diogo, foram marcantes não só pelo impacto visual, mas pelo sentimento que motivou o próprio Jesus a se submeter àquele sofrimento: “Houve desde sempre uma opinião unânime em toda a equipe, a de que a violência física nem sempre é a que mais dói. Por isso mesmo procuramos ir pela relação daquelas figuras e do marco do momento em si, mais do que explorar a violência gráfica da sequência”, disse, acrescentando que as cenas não são complicadas apenas pela questão física, mas também pelo “fato de representarem o marco do cristianismo, o amor extremo de alguém que basicamente mudou o mundo”.
Questionado qual seria o motivo de as adaptações da narrativa bíblica fazerem tanto sucesso mesmo quando a maioria das pessoas já conhece as histórias, Diogo Morgado foi introspectivo em sua resposta: “Acho que a razão é principalmente porque são histórias que nos falam das mesmas questões, ansiedades e necessidades que todos nós atravessamos ainda nos dias de hoje. E, além disso, são histórias de fé, de resposta de esperança e de amor, coisas que são comuns em todo o mundo independentemente da cultura ou crença”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
*Atualizado em 27 de maio de 2020