A versão da Bíblia reeditada por ativistas gays com o objetivo de eliminar as discussões acerca do homossexualismo, tem causado uma série de discussões entre pastores, teólogos e outros cristãos. Chamada “Queen James” (Rainha James), a versão da Bíblia edita diversos versículos das escrituras sagradas do cristianismo de forma a eliminar interpretações que condenam o homossexualismo.
O pastor e teólogo Augustus Nicodemus falou ao The Christian Post sobre o assunto, rebatendo os argumentos usados pelos criadores da “bíblia gay”.
– Quantos versículos precisamos para reconhecer que Deus aborrece alguma coisa? – declarou o pastor, comentando sobre o argumento que diz que entre milhares de versículos no livro sagrado, apenas 8 interpretam o homossexualismo como pecado.
Nicodemus explicou ainda a versão histórica apresentado pelos ativistas gays para o nome adotado para essa versão da Bíblia afirmando que na verdade a referência a James como “Rainha James”, baseia-se num epigrama da época, “Rex fuit Elizabeth, nunc est regina Jacobus”. O termo significa “Elizabeth era o rei e agora James é a rainha” e era uma piada sobre o fato de que o Rei James era pacífico e tranquilo enquanto que sua esposa Elizabeth era agitada e autoritária.
– Não havia qualquer insinuação de homossexualidade na frase, que visava apenas debochar da passividade do Rei James – completou o pastor, que afirmou ainda que o Rei James era um cristão comprometido, erudito e muito capaz teologicamente.
Ele citou ainda um trabalho teológico escrito pelo Rei James (“Basilikon Doron”), onde o próprio coloca a sodomia entre os pecados que jamais deveriam ser perdoados, e explica que o fato de que muitos dos seus amigos mais próximos do rei serem homens jovens deu origem à especulação quanto à sua sexualidade.
Outro argumento rebatido por Nicodemus Foi a reivindicação dos idealizadores da Bíblia Rainha James de que a palavra “homossexualidade” que só foi mencionada na Bíblia RSV (Revised Standard version) a partir de 1946 e que antes disto não havia menções, apenas interpretações.
Citando passagens como a de Levíticos 18:22 que diz “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação”, o pastor afirma que não há outra forma de interpretar tal versículo a não ser como uma condenação à homossexualidade.
Outro versículo citado pelo teólogo, como forma de refutar esse argumento, foi Romanos 1:26-27 que diz “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro”.
Nicodemus afirma ainda que todas as versões da Bíblia que ele conhece, condenam o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo.
– Estariam todas elas erradas? – questiona.
O assunto foi comentado também pelo colunista do Gospel+ André Sanchez, para quem desqualificar algo ou alguém parece ser a forma sempre utilizada pelos ativistas gays para afirmarem suas convicções.
– Que os ativistas gays travam uma batalha contra aquilo que a Bíblia diz a respeito de suas práticas, todo mundo já sabe. Porém, essa iniciativa deles foi bem ousada agora. Apesar de terem sido ousados, a iniciativa apenas demonstrou claramente que eles fizeram uma manipulação dos textos para encaixar sua filosofia de vida e ficarem com sua consciência tranquila – afirmou.
Sanchez disse ainda que a “iniciativa dos ativistas gays abre um longo caminho para que qualquer pessoa faça a sua própria tradução da Bíblia, conforme suas convicções”, e que isso pode significar “Bíblias” editadas para justificar a avareza, egoísmo e blasfêmia.
Por Dan Martins, para o Gospel+