O crescimento dos evangélicos é um fenômeno social inegável no Brasil, e apesar da demora do IBGE em revelar os dados relacionados à religião do Censo 2022, o assunto segue motivando debates. O pastor Paulo Won comentou o tema da perspectiva da relevância evangélica na sociedade.
Em fevereiro deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o país tem templos religiosos (de todas as religiões) que escolas e hospitais somados. Porém, o percentual de católicos, evangélicos, espíritas e adeptos de religiões afro, entre outros, ainda não foi divulgado dois anos após a realização do Censo.
Em uma entrevista concedida recentemente ao canal Fórum Teológico BR, o pastor Paulo Won, da Igreja Presbiteriana, afirmou que apenas o crescimento numérico dos evangélicos pode não se traduzir em algo positivo: “Todo mundo fica alegre com os números do IBGE. Daqui a 20 anos a perspectiva é que a curva dos evangélicos vai superar o número dos católicos. Esse número pode morrer como simples número”.
“Não adianta ter um número inchado de crentes, com crentes irresponsáveis socialmente, que não sabem qual é o seu papel como cidadão, qual é o seu papel como discípulos de Jesus em missão no mundo”, argumentou o pastor.
É preciso, segundo Paulo Won, que exista um esforço da liderança em formar cristãos que cumpram seu mandato cultural: “O evangélico médio pensa que ele só existe para trabalhar na igreja, em função da igreja, para fazer as coisas da igreja. Não! A igreja é apenas a mola propulsora. A maioria do tempo [a pessoa] não vai estar na igreja, vai estar no mercado de trabalho, e que tipo de profissional vai ser, que tipo de trabalhador vai ser?”.
Sobre a perspectiva espiritual, Won também faz questionamentos: “Nós estamos vivendo um avivamento? Não sei, porque avivamento verdadeiro é a ação de Deus de mover corações e essas pessoas são transformadas para abençoar a sociedade”.
“O quanto nós temos abençoado a sociedade? Nós temos abençoado a sociedade de forma proporcional ao nosso crescimento? Isso me deixa preocupado, aterrorizado com determinados cenários que a gente projeta para o futuro”, declarou.
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