Manifestantes do movimento Black Lives Matter atearam fogo a exemplares da Bíblia Sagrada em frente ao tribunal federal de Portland e queimaram uma bandeira americana. A repercussão gerou questionamentos na população sobre em quê esses gestos ajudam no combate ao racismo.
“As pessoas começaram um incêndio na rua em frente ao tribunal federal, que começou com a queima de uma Bíblia, depois uma bandeira americana, até que mais e mais itens fossem adicionados”, narrou o repórter da emissora KOIN, Danny Peterson. “Finalmente, por volta de uma da manhã (sábado), os membros do grupo Mães Unidas pelo Black Lives Matter, vestidas de amarelo, foram até o fogo e o apagaram com garrafas de água”, acrescentou.
“Ativistas de esquerda trazem uma pilha de Bíblias para queimar na frente do tribunal federal em Portland”, escreveu Ian Cheong, editor-gerente da Human Events, em um post com um vídeo que mostra as Bíblias sendo atiradas ao fogo. “Não fique com a ilusão de que esses protestos e motins não são nada além de uma tentativa de desmantelar toda a civilização ocidental e reverter séculos de tradição e liberdade de religião”, acrescentou.
Donald Trump Jr., filho do presidente, reagiu aos vídeos dos incidentes compartilhados nas mídias sociais, dizendo: “Agora vamos para a fase de queima de livros. Tenho certeza de que o ANTIFA não representa o que eles dizem. Talvez apenas remova a parte ‘anti’ do nome e o nome é perfeito”, criticou, fazendo referência ao fascismo.
Os tumultos em Portland estão em andamento desde a morte de George Floyd, em 25 de maio, que foi assassinado enquanto estava sob custódia policial em Minneapolis. O presidente Donald Trump enviou as autoridades federais para Portland para proteger prédios federais e reprimir a violência.
Após “pedidos repetidos” da governadora do Oregon, Kate Brown (Partido Democrata), o governo federal “concordou com uma retirada gradual dos oficiais federais”, que começou nesta semana. Brown disse que os oficiais federais agiram como uma “força de ocupação” e “trouxeram violência e conflitos à nossa comunidade”.
O Departamento de Segurança Interna informou no sábado que a violência está diminuindo e sua “presença aumentada no terreno permanecerá por enquanto até que o Departamento determine que o tribunal e outras propriedades federais estão seguras”.
Na última sexta-feira, 31 de julho, Gabriel Agard-Berryhill, de 18 anos, foi acusado criminal,ente por ter jogado um dispositivo explosivo na entrada do tribunal federal de Portland: “Nenhuma mensagem de protesto legítima é apresentada lançando um grande dispositivo explosivo contra um prédio do governo”, disse o procurador americano Billy J. Williams, segundo a Fox News.
“As ações de Agard-Berryhill poderiam ter gravemente ferido policiais posicionados perto do tribunal, outros manifestantes nas proximidades ou ele próprio”, acrescentou o procurador.
Russel Burger, marechal dos EUA no distrito de Oregon, declarou: “Os oportunistas violentos envolvidos em atos perigosos de violência, como o incêndio criminoso, precisam perceber que haverá graves consequências. Crimes graves dessa natureza vão além de meros danos materiais ao tribunal e colocam em risco a vida das pessoas”, enfatizou.