A presidente interina da Bolívia não está se limitando a ocupar o cargo enquanto novas eleições são organizadas e decidiu restabelecer as relações diplomáticas de seu país com Israel. Jeanine Áñez declarou ainda que enquanto ocupar a cadeira, irá se dedicar a consertar os equívocos de seu antecessor.
A senadora Áñez assumiu a presidência interina da Bolívia após a renúncia de Evo Morales e afirmou, em sua posse, que a Bíblia Sagrada estava “de volta ao palácio” sede do governo. Na última semana, ela anunciou que as relações com Israel estavam sendo retomadas após dez anos.
O governo de Morales rompeu a diplomacia com Israel em 2009, e desde então os dois países não mantinham representações nas respectivas capitais. Karen Longaric, ministra das relações exteriores da Bolívia, declarou que o governo interino pretende adotar uma postura livre da ideologia de extrema esquerda.
“O mínimo que poderia se esperar deste governo era retificar a política externa — uma política externa extraviada e que não atendia aos interesses próximos do Estado e que era altamente ideologizada”, afirmou Longaric, de acordo com informações da AFP.
O chanceler israelense, Yisrael Katz, declarou que recebia a notícia sobre o novo posicionamento do governo boliviano “com satisfação”.
Áñez vem imprimindo um intenso ritmo de trabalho nessas primeiras semanas de mandato interino: reconheceu o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, como legítimo governante do país vizinho, alinhando-se à postura adotada pelo Brasil e Estados Unidos. Além disso, distanciou-se de Cuba, aliada política de Morales, e confirmou a expulsão de 725 médicos cubanos, que atuavam na Bolívia em modelo semelhante ao que acontecia no programa Mais Médicos, do governo Dilma Rousseff (PT), em que o governo brasileiro repassava recursos para a ditadura cubana.
Jeanine Áñez reatou, também, as relações diplomáticas com os Estados Unidos, nomeando o embaixador Oscar Serrate para ocupar a embaixada do país em Washington. O presidente Donald Trump reconhece a senadora como chefe transitória do Executivo.
Evo Morales havia expulsado, em 2008, o embaixador norte-americano Philip Goldberg da representação dos EUA em La Paz, acusando-o de apoiar um movimento político junto a seus opositores com a suposta pretensão de dividir o país.