Após o fim da eleição presidencial no último domingo (30), apoiadores do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL) seguem inconformados com o resultado do pleito, o qual deu vitória extremamente apertada para o candidato do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva.
Como resultado, desde o final da noite do domingo, populares foram às ruas protestar, sendo motivados por caminhoneiros que passaram a fazer bloqueios nas vias do país. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número de pontos bloqueados chegou a passar dos 300.
Além dos bloqueios nas estradas, apoiadores de Bolsonaro também passaram a se dirigir para a frente dos quarteis do Exército Brasileiro. Em Brasília, por exemplo, desde o final da noite de ontem (31), vários populares se concentrara no Quartel General da força.
Silêncio continua
Enquanto manifestações tomam conta do país, o silêncio do presidente Jair Bolsonaro continua, já durante mais de 36 horas após o fim da eleição. De acordo com informações preliminares, o chefe do Executivo não deu sinais de quando irá se posicionar.
A jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, disse que um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), revoltado com a situação, disse que “estamos lidando com um moleque”, referindo-se a Bolsonaro.
A avaliação é de que o silêncio do presidente tem servido como combustível para as manifestações, uma espécie de sinal verde. Por trás disso há a especulação, alimentada pelos manifestantes, de que após o prazo de 72 horas de protestos, Bolsonaro poderá se pronunciar, emitindo algum decreto de ordem militar.
Hoje, terça-feira, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, por fim, aceitou uma determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, ordenando o uso da Polícia Militar para a desocupação imediata das vias do país, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora e/ou prisão em flagrante do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento.