O projeto Caminho Nações desenvolve atividades humanitárias junto a crianças em países como Senegal e Nigéria.
Em suas ações, buscam oferecer ajuda médica e através de orientações, reverter o estigma que novas tendências culturais e sincretismo religioso impõem às crianças e suas famílias.
Na entrevista abaixo, conheça mais sobre o trabalho e as histórias que envolvem as ações sociais e missionárias do projeto Caminho Nações, com relatos de curas e recuperação social:
Quais as áreas de atuação e público alvo do projeto?
Atuamos em países africanos no resgate, acolhimento, educação e apadrinhamento de crianças em níveis dramáticos de vulnerabilidade social e estigmatização aberrante, que geram abandono, violência e infanticídio. A prevenção ou reversão dessas condições, apesar das sequelas psicológicas, pode evitar a inexorável marginalização juvenil e a infelicidade adulta desses jovenzinhos. Cremos no poder reformador do amor. Do contrário, humanamente falando, nosso “público-alvo” é predestinado à morte! Quem são? São, atualmente, as vítimas de dois fenômenos catalogados pela ONU (UNICEF): “Crianças-Bruxas” (Cimpric, 2010), com ocorrências principais na Nigéria (África subsaariana) e “Crianças-Talibés” (fenômeno documentado em muitos artigos antropológicos e jornalísticos), com ocorrência quase exclusiva no Senegal (África Ocidental).
Qual o tempo de atuação do projeto? Poderia contar um pouco da história, como surgiu, quem idealizou?
Os projetos são: 1) Pequeninos na Nigéria (atuando desde 2010); e 2) O Caminho do Futuro (Chemin Du Futur) – Senegal, atuando desde 2011. No primeiro caso, estamos diante de um problema que a ONU classificou como “tradição inventada” que é “o uso dos ritos e tradições culturais de um povo para um fim mercantil recente e urbano”. Diz respeito a crença entre “cristãos neopentecostais” de que o Espírito Santo, de fato, revela aos seus sacerdotes e pastores quais crianças são bruxas, e portanto, portadoras de maus agouros e infelicidade financeira ou de saúde para a família. O abandono das crianças acontece porque, quase sempre, os pais não possuem recursos para pagar o exorcismo proposto como tratamento para libertar seus pequenos possessos. Os pais que tem dinheiro, acabam por sustentar ricas estruturas denominacionais na região.
No segundo caso, as famosas “Crianças-Talibés” (aprendizes, alunas, em árabe), são “crianças-moeda”, crianças “para fazer dinheiro”, crianças moribundas dentro das escolas corâmicas chamadas Dharas, espaço na qual são mantidas sem qualquer perspectiva de um dia se tornarem “gente”. Há Dharas espalhadas por todo mundo muçulmano, especialmente, no Oriente Médio. Nessas estruturas, os meninos aprendem ciências humanas, exatas, biológicas e os preceitos de sua religião. Mas na África, a razão de uma Dhara existir se desconfigurou a semelhança da caricatura de cristianismo que tomou o sul da Nigéria. Tudo se transformou em razão para explorar, escravizar, abusar e a Religião é só a desculpa… É a fachada cultural! No caso do Senegal muçulmano, mãezinhas entregam nas mãos dos professores de Alcorão (Marabuts) os filhotes que a miséria não vai deixar que elas criem. Fazem-no com a confiança que, num país católico, uma criança seria entregue aos cuidados da madre no orfanato. Não sabem que seu futuro é ser “ninguém”! Não aprenderão a ler, nem a escrever, e nem ao menos falarão a língua oficial de seu próprio país. Não aprenderão história ou matemática. Passarão a infância alternando o dia entre a obrigação de decorar versos corâmicos no árabe que não entendem, e a mendicância nas ruas da grande Dakar, com metas financeiras a cumprir.
De modo geral, os projetos tiveram início no ano de 2010, a partir de investigações minuciosas no Campo, tanto por meio de estudos acadêmicos como através de visitas de mapeamento local. Muitas expedições brasileiras então se dirigiram às áreas-alvo e, após conseguir estabelecer uma estrutura mínima de atuação, com organização da base brasileira de apoio, missionários foram deslocados de modo permanente para os projetos.
Os projetos foram idealizados por Caio Fábio D´Araújo Filho, contando com o movimento cristão por ele mentorado, o “Caminho da Graça”, e seu braço internacional, o “Caminho-Nações”, que se tornou “Associação Humanitária” sob coordenação geral e executiva de Marcelo Quintela e Francisco Pacheco, respectivamente; com sede no Brasil, e escritórios no Reino Unido (Leonardo Rocha dos Santos) e na África Ocidental (Sgto. Edmilson Neto e Dr. Joseph Nassakou).
NIGÉRIA: Atualmente, temos uma CASA ABRIGO no Delta do Rio Niger, que recolhe crianças acusadas de bruxaria, e tenta reconciliá-las com seus pais, familiares, vilarejos e escolas, pelo ensino do Evangelho e vigilância constante das condições de reintegração.Além da Casa Abrigo, que protege as crianças sob perseguição; apoiamos o orfanato que recolhe aquelas que não podem ser reintegradas, nas quais se encontram quase 60 crianças órfãos ou estigmatizadas.
SENEGAL: com escritório central em Dakar, o projeto acolhe crianças fugidias de seus “proprietários” e que se encontram “exiladas” nas savanas periféricas a grande capital. Nossa ênfase inaugural é o ensino formal da língua francesa, seguida do treinamento em ofícios profissionalizantes que permita que, na juventude, eles possam se integrar à comunidade, e abandonar o legado de orfandade e abuso a que estiveram submetidos durante toda a infância. Em outra frente do mesmo projeto, temos trabalhado na melhoria das condições de alta precariedade e insalubridade de algumas dessas “falsas escolas religiosas”quando encontramos crianças sob condições de saúde e acomodações inadequadas. Reformar Dharas não é um objetivo primário e nem uma política de atuação. É uma contingência, é a minimização do dano; até que essas mesmas crianças-talibés possam também ser redirecionadas ao nosso orfanato, com dormitório e refeições, com cuidados médicos, odontológicos e psicológicos constantes. Tais processos, porém, são sigilosos e as operações não publicadas, apesar do apoio governamental as nossas iniciativas.
Quais os parceiros que o projeto possui?
Na Nigéria, contamos com o apoio de ONGs europeias de atuação na África. São associações de fomento de pequeno porte, com destinação mínima de recursos. Os maiores parceiros para o projeto Pequeninos na Nigéria (Crianças-Bruxas) ainda são cristãos brasileiros de todas as matizes denominacionais, anônimos em sua maioria, que participam destinando contribuição mensal, pequena, mas regular; em função das quais os projetos do projeto se viabilizam mediante o melhor aproveitamento dos recursos financeiros, fazendo “muito” com “pouco”, desonerando a infraestrutura de base, e maximizando os investimentos no Campo.
No Senegal, 40-50 crianças recebem instrução formal na escola alugada pelo projeto Chemin Du Futur. Temos o apoio do Ministério da Infância e de ONGs internacionais laicas e religiosas com base em Dakar, além de muitas missões evangélicas norte-americanas e brasileiras, estabelecidas na região e trabalhando a mais tempo e com mais experiência que nós. Em estágio mais avançado do projeto apresentado aos parceiros e autoridades, 500 crianças serão acolhidas com fomento de instituições de renome envolvidas em causas humanitárias por todo o mundo. Porém, para tanto o projeto precisa ser capaz de se autoprover nessas etapas iniciais, dentro de um prazo estabelecido, provando sua intenção de estabelecimento sério em solo senegalês, segundo combinado com as autoridades locais. Tal precaução tem relação com a infeliz cultura “ongueira”, que é trapaceira, e se aproveita da desgraça alheia envolvendo crianças africanas para levantar fundos no Ocidente, que são usados para enriquecer suas estruturas muito mais do que para gerar soluções efetivas no Campo. Essa realidade, fato constante presente em toda a África, tem retardado as parcerias a serem estabelecidas após os objetivos iniciais do Chemin Du Futur serem completados com recursos advindos do Brasil, de centenas de colaboradores (pessoa física).
Poderia contar um ou mais testemunhos de pessoas que foram beneficiadas pelo projeto?
Em relação à NIGÉRIA, poderíamos contar centenas, pela graça de Deus. Um livro foi lançado em 2011 com essa intenção. O livro “Missão: Salvar Crianças-Bruxas” (Marcelo Quintela) contém a história de crianças resgatadas: o Etido (7 anos) que tem as marcas das unhas gravadas contra sua face e não falava e nem sorria até encontrar a equipe brasileira; a Emilia, que não andava até ser curada de uma tuberculose óssea ao ser transportada por nossa equipe para região distante na qual um hospital-escola a operou; o Ezequiah (6 anos), que pouco antes de ser imolado pelo próprio irmão que desejava livrá-lo do violento “bullying comunitário”, foi resgatado em operação de emergência com o braço quebrado e o corpo todo lesado por escoriações diversas; o Bobó e a Vitoria, de 3 aninhos de idade, abandonados em estado grave de subnutrição, com consequências dermatológicas, imunológicas e entéricas, entre outras; e que estão se recuperando em nossa estrutura.
Os benefícios, antes de serem psicológicos, espirituais ou educacionais, precisam ser de manutenção da vida, pois o projeto lida com vulnerabilidades sociais em níveis pouco conhecidos mesmo na América Latina e Brasil.
Poderia informar contatos de e-mail, telefone, site e endereço?
SUPERVISÃO EXECUTIVA – Marcelo Quintela – [email protected]; Francisco Pacheco – [email protected]; Secretaria (Base Brasil) – Mariana – [email protected]; Coordenação Financeira – Valmir Bodruc – [email protected]; Philipe Juliano – [email protected]; Apadrinhamento das crianças – Lorena – [email protected]; Way To The Nations (Nigéria) – Leonardo Rocha – [email protected]; Chemin du Futur (Senegal) – Edmilson Neto – [email protected]; Para Informações: [email protected] ou [email protected].
CNWN – Associação Humanitária Caminho Nações – Way To The Nations | CNPJ: 13.099.198/0001-54
Endereço: Praça Pablo Picasso, 51 – Balneário Maracanã – Praia Grande / SP.
Tel: (00 55 13) 3494 2080 – 3019 4928 – 9173 9134 – 9779 6090
Sites: www.caminhonacoes.com // www.salvarcriancasbruxas.com // www.sosreligar.com
Quais as formas de contribuição e necessidades do projeto?
1) DOAÇÕES NO BRASIL
Banco Itaú – 341
Agência: 2974 | Conta Corrente: 27523 – 8
CNPJ: 13.099.198/0001-54
2) DOAÇÕES NO EXTERIOR
Ing Bank (Amsterdã)
Stichting Tenda
Conta: 4434416 | IBAN: NL57INGB0004434416 | BIC: INGBNL2A
Contato: [email protected]
Banco Barclays (Londres)
ACC: 83868257 | Sort Code: 20-92-54
Contato: [email protected]
3) PAYPAL OU PAGSEGURO
Acesse aqui: http://caminhonacoes.com/novo/doe-agora/
4) APADRINHAMENTO
Estará disponível em breve no www.caminhonacoes.com/apadrinhe
5) COMPRA DO DIÁRIO MISSÃO SALVAR CRIANÇAS-BRUXAS
Acesse aqui: http://www.salvarcriancasbruxas.com/p/fazer-pedido.html
Por meio da venda do diário propagamos e divulgamos o que está acontecendo com as crianças da região sul da Nigéria; e levantamos recursos para sustentar e manter os projetos desta missão.
Aqui você pode ler uma porção do diário: http://issuu.com/caminhonacoes/docs/mscb_ed2?mode=window&backgroundColor=%23222222
Gostaria de deixar uma mensagem para os leitores do Gospel+?
Caros irmãos, a Mensagem vem depois de uma história e a história é a seguinte: Em 2009, chegou as nossas mãos e olhos, uma coleção de vídeos mostrando a desgraça que a forma mais macabra de aplicação da teologia da prosperidade estava causando na África Cristã, com centenas de crianças sendo acusadas de serem a “Brecha” – operadoras de maldades diabólicas num nível espiritual imperceptível ao discernimento do cristão comum, que, então, não prosperava apesar da fidelidade dizimista, ofertante e sacrificial. A “caça às bruxas”ensinada pelas doutrinas da Batalha Espiritual espreitou como lobos uma saída à necessidade mercantil do pós-avivamento nigeriano, do qual sobraram as grandes estruturas para serem mantidas, denominações concorrentes buscando poder e relevância políticas, prédios imensos, hierarquias e patentes sem fim e milhares de milhares de igrejinhas espalhadas por cada quarteirão de cada cidade. Manter tudo isso funcionando sem a “pilha” do avivamento, levou alguns pastores a acionar todas as formas de mídia para acometer de terror a mentalidade fraca e perturbada de crentes neopentecostais, ricos ou pobres, que creem na onisciência, onipresença e onipotência do Diabo – à semelhança do que acontece no Brasil. Os lobos miraram nas crianças. Os lobos sempre miram nos pequeninos. Tendo sido reveladas bruxas pelo “Espírito Santo”, segue-se a isso os processos de exorcismos violentos, orçados em muito dinheiro extorquido de quem pode e de quem não pode pagar por eles. Quem pode pagar, sustenta o sistema. Quem não pode, abandona seus bruxinhos à própria sorte.
Diante dos vídeos, pensamos: agora, sabemos. E agora que sabemos, não temos mais a desculpa da “ignorância” a respeito. E agora que não somos ignorantes, somos responsáveis. Agora que já choramos e oramos, temos que refletir sobre o que fazer. O que se pode fazer?
Abaixo, confira vídeos e fotos do projeto Caminho Nações:
Palavra do Marcelo Quintela sobre o Aurélio
Palavra do Edmilson sobre o Senegal
Palavra de Damien Hobgood:
Vídeo sobre a Nigéria:
O pequeno Bobó:
Fotos:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
Ciente de seu papel junto à sociedade, o Gospel+ disponibilizou um espaço voltado para divulgação de projetos sociais focados em ajudar ao próximo.
Acreditamos que a transformação da sociedade acontece não só através da palavra, mas também de ações efetivas e eficazes, com demonstração de amor ao próximo.
Se você conhece ou desenvolve um projeto social que precise de divulgação, entre em contato conosco através do endereço redegmais.com.br/contato e nos conte! Informe as áreas de atuação, formas de colaboração, meios de contato e visitas, para que possamos colaborar e servir ao Pai, servindo a seus filhos.