As lideranças evangélicas do Rio de Janeiro começam a se posicionar a respeito das eleições municipais e definir quais candidatos irão apoiar ou combater.
A sucessão do prefeito Eduardo Paes (PMDB) promete ser acirrada, e seu indicado, o deputado federal licenciado Pedro Paulo Carvalho (PMDB) enfrenta certa resistência por causa da acusação de agressão à ex-mulher. Embora o caso tenha sido arquivado pela Justiça, a história soa mal explicada aos ouvidos dos eleitores, e nesse cenário, pastores evitam se associar a ele.
No entanto, mesmo assim, Pedro Paulo foi recebido num templo da Assembleia de Deus Ministério de Madureira no último domingo, 04 de setembro. A igreja, controlada pelos pastores Manoel e Abner Ferreira, “é tradicional apoiadora dos candidatos do PMDB em eleições majoritárias no Rio”, segundo informações da revista Veja.
O pastor Silas Malafaia, que lidera a AD Vitória em Cristo, antigo aliado do PMDB nas eleições municipais, afirmou que decidiu por uma estratégia diferente no primeiro turno, quando se dedicará a combater candidatos de partidos de esquerda.
“Meu foco será o combate aos esquerdopatas Marcelo Freixo (PSOL), Alessandro Molon (Rede) e Jandira Feghali (PCdoB)”, disse Malafaia, que recentemente bateu boca com o segundo por causa de uma suposta relação de amizade entre o pastor e o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O senador Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, demonstra ter aprendido a lição da derrota durante as eleições 2014, quando disputou o cargo de governador, e agora busca apoio de lideranças neopentecostais, como Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, e R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, ambas oriundas de dissidências da Universal.
Há três meses, Crivella visitou um culto dirigido por Santiago na Mundial e conquistou a simpatia do autointitulado apóstolo: “Durante um tempo pensei que ele não gostava mais de mim. Mas quando eu soube que ele quis vir aqui ver vocês, fiquei muito emocionado”, afirmou Santiago sobre Crivella na ocasião.
Quanto ao missionário R. R. Soares, existem negociações para que Crivella receba seu apoio, de forma a garantir um cenário oposto ao de 2014, quando o senador foi derrotado no segundo turno por Luiz Fernando Pezão (PMDB), que obteve 56% dos votos.