A paulistana Caroline Celico, de 23 anos, é delicada, meiga, estudou violão, piano, canto, alemão, francês, inglês, culinária, etiqueta, hotelaria e eventos. Desde que se casou com Kaká, jogador do Real Madrid, há cinco anos, virou referência para muitas mulheres. “Hoje, preciso tomar muito cuidado até com o que eu escrevo no Twitter”, diz. “Em Madri, minha vida é mais normal. Lá, sou desconhecida.”
Eles foram ao show do Paul McCartney, no Morumbi, e ficaram em um camarote. Assistiram a Tropa de Elite 2 e os amigos e fãs só souberam depois, quando Kaká twitou: “Ontem assistimos a Tropa 2. Sensacional!! E hoje ao vivo está passando Tropa 3”, postou Kaká na quinta-feira, referindo-se ao filme Tropa de Elite 2 e à guerra dos traficantes no Rio.
Conselheira. Há pelo menos um ano, Caroline virou pastora. Ela recebe por dia mais de 50 e-mails, de internautas de todas as idades, desiludidos e até deprimidos, pedindo conselhos de como poderiam viver melhor. E ela responde a cada uma de suas “ovelhas”.
Há cinco anos, Caroline e Kaká se casaram na Igreja Apostólica Renascer em Cristo, no Cambuci, região central de São Paulo. Ela chegou a ser batizada por um pastor. Dois anos depois, seus fundadores, os bispos Estevam e Sônia Hernandez, foram condenados pelos crimes de conspiração e contrabando de dinheiro a 5 meses de prisão domiciliar, mais 2 anos de liberdade condicional e multa de US$ 30 mil para cada um. O casal foi detido ao entrar nos Estados Unidos com US$ 56,4 mil não declarados escondidos em uma bolsa.
“Não tenho nenhuma religião. Sou uma pastora cristã. As pessoas se decepcionam com os homens, não com Deus”, explica. Hoje seu púlpito é a internet. Ela tem ainda um blog, digamos, com textos reflexivos sobre Deus, com um link para baixar suas músicas. Em junho, houve o pré-lançamento de seu CD para 500 convidados. E, como não tinha o intuito de ser um trabalho comercial, segundo ela, as músicas foram para a internet. No ano que vem, o CD vira DVD.
Depois do nascimento de Luca, a vida religiosa tomou mais espaço. “Minha mãe me batizou na Igreja Católica. Mas vim de uma família mística em que falávamos e fazíamos um pouco de tudo, do espiritismo à meditação… Não batizei o Luca. Quero que tenha a liberdade de escolha.” Ela dá uma pausa e completa: “Falei bastante. O Bu (Kaká) vai agradecer por isso. Vou falar menos em casa.” E dá uma risadinha. O seu iPhone toca. É o Kaká. “Acho que está na hora de ir.”
Fonte: Estadão / Gospel+