Uma jovem integrante do movimento Eu Escolhi Esperar compartilhou seu relato de namoro, noivado e casamento se abstendo do sexo até a oficialização da união. “Eu e meu marido nos casamos virgens, nós nos descobrimos juntos”, resumiu.
A jovem evangélica de Vila Velha (ES) entrou no movimento há sete anos, quando tinha 16, mesma época em que o seu marido, que tinha 21. “Hoje tenho 23 e ele, 28. Ele foi meu primeiro namorado sério, que levei em casa para conhecer meus pais. Eu tinha uns rolinhos, ficava, mas depois que conheci o movimento decidi me guardar, não beijar na boca, não me envolver com outros meninos antes do tempo certo”, contou Brenda Castro.
“O conselho que o movimento dá é de abstinência sexual, de levar o sexo apenas para o casamento. É o que nós cristãos entendemos também. Intimidade sexual é só dentro do casamento. Nunca tive contato sexual antes do meu marido”, sublinhou a técnica de enfermagem.
Em depoimento ao portal Uol, ela revelou que foram três anos de namoro abrindo mão do sexo: “Comecei o relacionamento, aos 20 anos, com quem também tinha escolhido esperar. Decidimos juntos que sexo seria após casamento. Houve momentos em que falamos: ‘Vamos?’. Mas, não”.
Ela admitiu que ao longo do período, “sentia desejo, vontade”, mas que o compromisso com a escolha se sobressaía: “Se eu não me sentisse atraída por ele e nem ele por mim, não faria sentido estar em um relacionamento. A primeira coisa que nos faz nos aproximarmos de alguém é a atração física”, pontuou.
“Crescemos e nos conhecemos na Igreja Cristã Evangélica Novo México, aqui em Vila Velha. Fizemos cursos de noivos e tiramos nossas dúvidas. Das questões que eu tinha, uma era sobre um tabu dentro da igreja em relação à submissão. À luz da palavra cristã na Bíblia, que eu acredito, ‘temos que ser submissos uns aos outros’ […] O feminismo me traz o direito de escolher. Eu e meu marido nos casamos virgens. Nós nos descobrimos juntos”, acrescentou.
Orientação sobre sexo
Para alcançar tamanha maturidade e segurança em sua escolha, a atuação da família foi essencial: “Minha primeira conversa sobre sexo foi com minha avó. Quando tinha uns 6 ou 7 anos, perguntei para minha avó o que era transar. A primeira coisa que ela disse, como uma boa senhorinha, irmãzinha da igreja, foi: ‘Isso não é para agora'”.
“Ela me explicou que transar era quando um homem e uma mulher tinham intimidade. Fez sentido para mim, na minha cabeça, intimidade era um homem e uma mulher a sós no quarto”, relembrou.
Esse empenho da avó se estendeu ao longo dos anos, sempre pontuando as responsabilidades intrínsecas à prática sexual: “Mais para a frente, ela me explicou o conceito de virgindade, o que era o sexo de verdade, a penetração em si. Quando alguém me falava o contrário, eu questionava porque a primeira pessoa que me explicou foi minha avó. Ela falava abertamente, sem firula. Falava o pênis, a vagina. Sempre fui muito saudável nesse sentido”.
Agora, adulta e casada, Brenda e o marido sentem-se recompensados por sua escolha: “Depois do casamento, a intimidade da vida sexual me surpreendeu muito. Foi melhor que as expectativas que eu criei, do que imaginei e das experiências que ouvi. Não me arrependi de não ter feito um ‘test-drive‘. Foi bom. Tudo o que descobri, o que a gente experimentou, foi único. Nós casamos virgens, então para os dois foi muito especial, experimentar o sexo só um com o outro. Fez muito sentido com o que sonhamos”, finalizou.