A Câmara dos Deputados deve votar a cassação do mandato de Flordelis (PSL-RJ) na próxima semana. Ela é acusada de envolvimento na morte do marido, pastor Anderson do Carmo.
Entre os parlamentares que compõem a Mesa Diretora da Câmara, “não há dúvida que o plenário votará pela cassação de Flordelis, denunciada por homicídio triplamente qualificado”.
A informação sobre a iminente votação que poderá definir a perda do mandato da cantora e pastora foi publicada pelo jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo.
Para que Flordelis perca o mandato, é necessário que a maioria absoluta dos parlamentares votem pela confirmação do relatório do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), aprovado no Conselho de Ética no dia 01 de junho.
Serão necessários 257 votos de um total de 513 para que o mandato conferido pelos 196.959 eleitores fluminenses em 2018, seja cassado.
Crime inadmissível
A convicção da cassação de Flordelis é algo dado como certo no Congresso Nacional há um ano. Na avaliação do jornalista José Maria Trindade, da rádio Jovem Pan, os parlamentares não admitem serem associados a um crime de homicídio.
“Ela não é a primeira deputada assassina da Casa. Nós tivemos aqui o homem da motosserra. Hildebrando Pascoal, serrou com motosserra um rapaz adversário lá no Acre e veio correr na imunidade parlamentar. Os deputados naquela época, era só não dar licença [que] o Supremo não julgava. Preferiram cassar Hildebrando Pascoal e ele foi condenado a 103 anos de prisão”, disse Trindade, referindo-se ao deputado eleito em 1998 pelo PFL (atual DEM) e cassado no ano seguinte.
“Depois, o Talvane Albuquerque matou a deputada Ceci Cunha, do PSDB, uma pessoa maravilhosa, porque ele era suplente, para assumir a vaga dela. Um médico, acima de toda suspeita, foi preso e condenado a 130 anos de prisão. Então, sim, não são os primeiros casos. Esse caso de Flordelis fede. Se você olhar lá, os diálogos, aquela família de quase 50 pessoas, aquilo era tudo fachada, e sim, um grupo criminoso”, acrescentou o jornalista.
Para Trindade, “o pastor acabou sendo vítima do que ele construiu em volta dele”, uma vez que as revelações dos bastidores do crime demonstram isso. “Ninguém constrói uma família e não conhece a família. Ela [Flordelis] vai ser cassada”, reiterou.
A prisão
O Ministério Público denunciou Flordelis à Justiça por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso, além de tentativa de homicídio, por conta do envenenamento causado a Anderson meses antes do assassinato.
Em uma entrevista concedida ao jornalista Roberto Cabrini, à época no SBT, a deputada se disse convicta de que não irá para a cadeia: “Não estou preparada para ser presa e não vou ser. Sou inocente e tenho certeza que minha inocência será provada nos próximos dias”, disse Flordelis.
Se a cassação de seu mandato se confirmar, a Justiça deverá decretar sua prisão preventiva, mesma medida tomada em relação aos demais membros da família envolvidos no crime.