Cristãos que vivem na China estão sofrendo dobrado durante a pandemia do novo coronavírus. Isso, porque, segundo denúncias da agência Bitter Winter, especializada no monitoramento da perseguição religiosa no país, eles estão sendo intimidados e forçados a adorar o Partido Comunista.
Por causa da pandemia, o governo da China oferece algumas ajudas emergenciais para a população mais carente, mas os cristãos estão enfrentando dificuldades para receber esse auxílio.
“As famílias religiosas mais pobres não podem receber dinheiro do Estado por nada — elas devem obedecer ao Partido Comunista pelo dinheiro que recebem”, informou uma fonte da Bitter Winter.
Igrejas que não reconhecidas pelo Movimento Patriótico das Três Autonomias, órgão estatal que é responsável pela “legalização” das entidades religiosas no país, não são reconhecidas como oficiais.
Com isso, pessoas que integram igrejas domésticas ou, “igrejas subterrâneas”, como também são chamadas as comunidades religiosas que operam em segredo na China, estão sujeitas a sofrer todo tipo de retaliação, sendo a pressão política e social uma delas.
Um cristão membro de uma igreja regulada pelo Movimento Patriótico das Três Autonomias informou, por exemplo, que em certa ocasião agentes do governo foram no templo da sua comunidade e retiraram todos os símbolos religiosos do local.
Os símbolos cristãos foram substituídos por um retrato de Mao Tsé-Tung, revolucionário comunista e ex-presidente da China. Esse processo de desconstrução da identidade cultural cristã pelos símbolos do Partido Comunista é visto como uma tentativa de forçar adoração aos líderes do regime.
“Estes são os maiores deuses. Se você quer adorar alguém, eles são os únicos”, disse um oficial ao falar de Mao Tsé-Tung e Xi Jinping, após a substituição dos símbolos religiosos durante uma ação em uma residência localizada na cidade de Heze, na província de Shandong.
Um pregador local também confirmou a tentativa forçada do regime chinês de eliminar os símbolos cristãos para impor uma adoração ao único partido existente no país, o Partido Comunista da China.
“Todas as famílias pobres da cidade foram instruídas a exibir imagens de Mao Tsé-Tung. O governo está tentando eliminar nossa crença e quer se tornar deus, em vez de Jesus”, disse ele, segundo o Guiame.